Um tema relevante, que não foi ainda suficientemente suscitado nos meios de comunicação do Brasil, é concernente à repercussão, na saúde dos habitantes, da troca da gasolina pelo etanol nos veículos automotores.
Simulações efetuadas recentemente por especialistas da área médica atestam que a permuta assinalada evitaria a internação hospitalar de milhares de pessoas residentes nas áreas metropolitanas, especialmente na capital paulista.
Como testemunham os dirigentes do conceituado Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP): o etanol é comprovadamente um combustível mais limpo do que a gasolina ou o diesel, derivados do petróleo.
Ademais, se houvesse a substituição do diesel pelo etanol na frota cativa dos ônibus circulantes, da mesma forma, milhares de mortes seriam descartadas, anualmente.
Nos dias presentes, o risco de um morador de São Paulo morrer de doenças respiratórias ou cardiovasculares é 30% maior do que o de quem reside numa cidade com baixos índices de poluentes, consoante a recente pesquisa.
O mesmo estudo demonstra de forma insofismável que os reais benefícios do etanol são menosprezados, eis que outros agentes tóxicos, como o enxofre, metais pesados e CO2 não foram considerados.
não foram considerados.
É viável que a frota cativa de ônibus a diesel que circula nas grandes metrópoles passe a ser movida com o derivado da cana-de-açúcar, o etanol.
As informações, contudo, não correspondem à total realidade, eis que os efeitos sobre a saúde da população levam em conta, estatisticamente, as internações hospitalares, além da morbidade.
Tais casos, notadamente, significam apenas uma parte dos eventos adversos à saúde dos habitantes.
Outras enfermidades, principalmente respiratórias, que não exigem internação hospitalar, não foram contabilizadas.
Desta forma, os resultados seriam mais expressivos do que aqueles das simulações processadas no laboratório da nossa principal faculdade de Medicina da nação.
O material particulado e o ozônio foram os poluentes que excederam os limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e considerados os vilões da poluição ambiental no Brasil.
Os veículos a diesel são considerados os que causam maiores danos à saúde humana, pois são a maior fonte das partículas finas das regiões metropolitanas.
Em decorrência, a utilização do etanol como substituto do diesel na frota cativa dos paulistas redundaria na sensível diminuição dos efeitos negativos e deletérios na saúde dos habitantes de São Paulo e outras regiões.
Sob o aspecto econômico, haveria diminuição do despendido em preciosas divisas, gastas na importação do diesel – perto de 20% da quantidade consumida -, derivado que não alcançamos, ainda, a autossuficiência.
Entre os anos de 1975 e 2005, o País economizou o fantástico somatório de US$ 70 bilhões nas importações evitadas de petróleo e derivados, graças ao uso do etanol.
Surpreendentemente, na ocasião em que o estudo da Universidade de São Paulo era divulgado, uma entidade que reúne os técnicos da indústria automobilística promoveu campanha para a liberação do automóvel com motor diesel, preconizando a volta da fabricação do veículo no Brasil.
Olvida a organização que o diesel brasileiro é de má qualidade, disponibilizado graças à injunção do Ministério Público Federal.
O lobby estruturado é inconsistente e descabido, pelos motivos apresentados no estudo dos pesquisadores mencionados da USP e, ademais, quando as cidades brasileiras já apresentam notórios problemas ambientais.
Em decorrência, a popularização do automóvel a diesel com níveis elevados de emissão, especialmente de partículas de NOx, irá agravar sensivelmente os problemas de poluição atmosférica e da saúde da população.
Com o incentivo ao maior uso do diesel, o Brasil irá regredir e sujar a sua matriz energética, inviabilizando fontes renováveis como o etanol.
O etanol é mais limpo que o diesel e seu uso representa economia e mais saúde à população.