O setor sucroenergético brasileiro experimentou grandes conquistas em 2009. O consumo de etanol cresceu 20% e superou pela primeira vez o uso de gasolina no país.
Além disso, os elevados investimentos feitos pelo setor consolidaram a importância da atividade na economia e o segmento já representa 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Esse crescimento é fruto da forte competitividade do setor, que se reflete nos atuais preços de mercado. A consolidação da tecnologia flex, presente em 90% dos novos veículos vendidos hoje no Brasil, também impulsiona o setor e abrirá um grande mercado nos próximos anos.
Ao final deste ano, praticamente metade da frota brasileira dará ao consumidor a decisão de abastecer com etanol ou com gasolina. Em poucos anos, o país contará com 40 milhões de veículos e 70% deles serão flex. Acompanhando o aumento dessa frota, a produção brasileira de etanol vem crescendo exponencialmente. Entre 2006 e 2008, o consumo passou de 12 bilhões para 24 bilhões de litros, e a tendência é manter esse ritmo, superando os 50 bilhões de litros/ano ao final de 2015. O consumidor nunca foi tão beneficiado pela lei de mercado quanto agora.
Hoje, a escolha é feita na bomba do posto. E, sempre que o custo do etanol para o usuário for mais vantajoso, o combustível derivado da cana será o escolhido em vez da gasolina. Ganha a economia individual e, principalmente, a sociedade, com a utilização de um produto menos poluente e renovável.
Além do ganho direto para o consumidor e para o ambiente, o setor gera importantes benefícios no aspecto socioeconômico. A cana-de-açúcar está presente em 22 Estados brasileiros e, só em 2009, a produção de etanol gerou mais de 800 mil empregos diretos. A projeção de crescimento levará a essas regiões mais investimentos e mais oportunidades.
O aumento de produção se dará em condições de alta produtividade. Os produtores precisarão aliar sustentabilidade e competitividade para atingir a alta eficiência necessária. Novas tecnologias serão introduzidas e os processos agrícolas e industriais serão totalmente mecanizados, elevando assim a qualidade dos empregos gerados nas áreas de produção.
Esse boom de crescimento e investimentos irá impulsionar ainda mais o setor sucroenergético nos próximos anos, à medida que o etanol se consolida no Brasil como um combustível competitivo, eficiente e ambientalmente muito melhor.
JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da ETH Bioenergia.