Ainda discorrendo sobre o relatório Perspectivas Agrícolas 2010-2019, elaborado pela Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vale a pena deter-se um pouco mais sobre o que ali consta sobre o etanol.

Uma primeira questão a salientar é a segurança técnica e científica do documento que não embarca na histeria, falsamente ambientalista, de forçar a barra numa suposta ligação mecânica entre o aumento da produção do etanol e alguma redução no volume de produtos agrícolas tradicionalmente direcionados para a alimentação.

Destacando as tendências positivas na produção agrícola mundial, cenário onde é esperado um desempenho marcante do Brasil, o relatório informa sobre as boas perspectivas para o etanol.

Diz o relatório: “O Brasil, com sua indústria baseada na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, deverá ser o principal exportador mundial. Uma parte dessas exportações deve transitar pelos países do Caribe com destino aos Estados Unidos para se beneficiar de condições preferenciais de importação”.

O estudo da FAO/OCDE estima que a produção do etanol deve “crescer 7,5% por ano no Brasil no período entre 2010 e 2019”. E mais: “o aumento do comércio internacional de etanol vai resultar quase totalmente do crescimento das exportações brasileiras”.

E para quem temia o improvável desvio das safras americanas de milho das panelas para os motores, estima a FAO/OCDE que “40% do aumento da produção mundial de etanol deve ser realizado graças ao aumento da produção baseada na cana-de-açúcar, principalmente do Brasil, para atender à demanda doméstica brasileira e americana”.

Mais um reforço para o óbvio (embora desagrade a alguns): São gigantescas as perspectivas para o etanol brasileiro.