A formação de estoques de etanol é vista pelo governo e também pelo setor produtivo como uma solução para a volatilidade dos preços do produto usado principalmente nos carros bicombustível (álcool e gasolina). No entanto, na opinião do presidente da Unica, Marcos Jank, é preciso que o governo melhore as condições da linha de financiamento destinada à estocagem.
No plano safra 2009/2010, lançado em junho do ano passado, o governo criou um programa de crédito de R$ 2,31 bilhões para garantir a regularidade da oferta e a estabilidade do preço do combustível. Desse total, apenas R$ 33 milhões foram liberados par a estocagem após mais de dez meses.
Além dos problemas climáticos que impediram a colheita de 60 milhões de toneladas de cana, o setor reclama das condições de crédito. “Os juros eram mais altos que os do mercado e os bancos não queriam emprestar para as empresas”, afirmou Jank, ao comentar a falta de liquidez de muitas delas no ano passado.
Segundo ele, este ano o problema de liquidez ainda existe para muitas empresas, mas está mais fácil viabilizar o programa. “Se não tivermos o programa, será mais uma entressafra com volatilidade de preços”.