Mercado

Terceira onda de investimentos

Para o diretor executivo da Unica, Eduardo Leão de Sousa, o mercado brasileiro de etanol está chegando à sua terceira onda de investimentos, que vai culminar com a abertura do mercado externo para o produto nacional e com a consolidação do que ele chamou de “commoditização do etanol”. Sousa afirmou que atualmente apenas 10% da produção mundial de álcool são comercializados internacionalmente.

O diretor-executivo da Unica explicou que a primeira onda de investimentos no setor ocorreu na década de 70 com o plano próaacute;lcool e a segunda teve início em 2003, com o incentivo à frota flex fuel.“Tivemos um boom do setor de 2003 para cá.

Foram cinco safras de pesados investimentos em usinas, que chegaram a US$ 20 bilhões no período.Cerca de 115 novas unidades foram construídas de um total de 440 que temos hoje.Daqui para a frente, além dos espaços que temos para crescer no mercado interno, vamos crescer também no externo”, disse.

Segundo Sousa, o processo de utilização do etanol brasileiro lá fora já começou, mas não em grande escala. A última vitória do nosso produto, afirmou ele, foi a recente certificação do governo americano sobre a qualidade do produto brasileiro.

O álcool combustível brasileiro foi classificado como “etanol avançado”.O especialista explicou que o etanol avançado é aquele que consegue reduzir em mais de 50% as emissões de gás carbônico se comparado à gasolina. “O nosso está em 61% em relação à gasolina.” O diretor executivo da Unica disse ainda que outra determinação do governo americano será importantíssima para que o etanol brasileiro ganhe o mercado internacional. Há uma lei americana que determina que o país consuma pelo menos 15 bilhões de litros de etanol do tipo avançado até 2022.

“Esse mercado é praticamente assegurado para nós, já que nosso etanol é um dos únicos certificados como avançado.

Diante deste cenário, acredito que até 2022 ganharemos bom espaço nos mercados internacionais”, afirmou.

No momento, a principal barreira para a entrada em larga escala do combustível brasileiro nos Estados Unidos é a falta de competitividade do produto em relação ao local. O etanol de milho fabricado nos EUA tem sua produção subsidiada pelo governo.

Além disso, as taxas de importação cobradas ao produto brasileiro tornam ainda mais difícil competir com o preço no exterior. “Já temos o passaporte, que é a certificação, mas não temos o visto ainda.

O visto vai ser dado quando cair essa barreira comercial”, afirmou Sousa. (LV)