O Plano Decenal de Energia PDE-2019, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indica que haverá uma explosão no consumo de álcool decorrente do aumento expressivo do número de veículos flex fuel do país. De acordo com a empresa, a frota atual de veículos leves conta com 24,84 milhões de automóveis, dos quais 37,2% de veículos flex, 55,6% movidos a gasolina e 5,9% exclusivamente a álcool. Em 2019, a empresa estima que a frota será de 39,71 milhões de automóveis, dos quais 77,9% serão flex, 20,9% movidos a gasolina e somente 1,2% a etanol. Com isso, a demanda total de álcool combustível no país subirá de 22,8 bilhões de litros consumidos em 2009 para 52,4 bilhões de litros em 2019.
A empresa prevê ainda uma queda de 20% no consumo da gasolina nos próximos 10 anos e também espera que o Brasil se torne autossuficiente em diesel, passando da posição atual em que importa 55 mil barris por dia do produto para uma situação de folga de 35 mil barris por dia em 2019.
Pesquisa da EPE prevê poucas alterações na matriz energétioca total do país para os próximos 10 anos, segundo o plano, que leva em conta não somente energia elétrica, mas também combustível. O percentual originado de petróleo e derivados que está em 35% deverá diminuir para 31% em 2019. Por outro lado, a participação de carvão mineral subirá dos atuais 5,5% para 7,4% em 2019. Já a participação dos derivados de cana de açúcar subirá de 20,3% para 21,5% no período. E o percentual de hidreléticas cairá dos atuais 14% para 12,7%.
– Com isso devemos manter a nossa atual relação de 48% de energia renovável no país e 52% de energia não renovável – assinalou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.
As demais fontes terão pequenas mudanças em suas participações. Lenha e carvão mineral passará dos atuais 10,8% para 9,9%. Urânio pass! ará de 1,4% para 1,5%. Gás natural subirá de 9,8% para 12,2%. Outras energias renováveis passarão de 3,2% para 3,7%.
Tolmasquim assinalou que a queda no percentual de hidrelétricas na matriz energética brasileira se deve ao forte aumento de termelétricas esperados até 2013. Ele também assinalou que o aumento da energia proveniente de carvão mineral, considerado um combustível ecologicamente incorreto, será explicado pelo aumento da atividade siderúrgica do país.