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Setor de cana-de-açúcar defende crédito para manter estoque de álcool no país

O diretor-executivo da União das Indústrias de Cana-de Açúcar (Unica), Eduardo Leão, afirmou que o setor precisa de novas linhas de financiamento, com juros mais favoráveis, para a criação de um estoque regulatório de álcool no Brasil. Segundo ele, para dar segurança ao setor e diminuir a volatilidade dos preços, o estoque de álcool deveria ser de 5 bilhões de litros, o que equivale a 20% da produção anual do país.

Segundo ele, o governo está em negociações com o setor, mas não apresenta até o momento condições favoráveis para a criação desse estoque.

– No ano passado, a linha de crédito oferecida era de juros de 11,25% ao ano. E nós achamos caro. Muitas empresas, até por medo da crise, venderam rapidamente suas produções no início da safra, o que jogou muito para baixo o preço em um determinado momento, mas que causou a escassez! de etanol no fim do ano, quando os preços subiram bastante.

Leão acredita que neste ano a produção de cana-de-açúcar no Brasil deve aumentar em 10% em relação ao ano passado. Além disso, deve haver um forte ganho de produtividade, o que permitirá um aumento de produção de etanol da ordem de 15% e de açúcar, em 19%.

Pelo lado da demanda, o consumo de etanol deve crescer 22% no mercado interno, o que deve reduzir as exportações em até 35%. Por último, o diretor-executivo da Unica afirmou, no 1º Encontro Empresarial BRICS-IBAS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul), que esses países do fórum são fundamentais para o desenvolvimento do mercado global de etanol. Segundo ele, África do Sul e Índia poderão começar a produzir etanol, o que permitiria um forte mercado mundial e a cotação do preço do produto em bolsas mundiais, como as demais commodities