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Sindicatos rurais participam de central patronal

Os sindicatos rurais de Araraquara e de cidades da região, no interior paulista, são os primeiros a integrar o “pool” de entidades ligadas a empresários e que se prepara para criar uma central sindical patronal nos moldes das centrais de trabalhadores. Ontem, em Ribeirão Preto – SP -, 23 representantes de entidades de Ribeirão Preto, Bauru, Sertãozinho, Araraquara e de outras cidades participaram, na cidade, de encontro preparatório no auditório do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto.

Segundo Ivo Dall’Acqua, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara e coordenador do evento de ontem, o objetivo não é o de fundar mais uma entidade física. “Já temos entidades de sobra”, diz. “Queremos é unificar, dar uniformidade à linguagem dos sindicalistas patronais”.

Conforme ele, essa unificação será estratégica no momento de participar das reformas trabalhista e judiciária a serem empreendidas pelo Congresso Nacional. Durante a tramitação do projeto de reforma judiciária, no governo de Fernando Henrique Cardoso, confederações e entidades representativas dos empresários do comércio tinham posições diferenciadas. “Isso prejudicou a categoria como um todo”, afirma. O projeto não chegou a conclusões práticas e retorna novamente aos parlamentares.

Outra meta da unificação, conforme Acqua, é tirar uma posição da categoria em favor do atual sistema sindicalista brasileiro. A Organização Internacional do Trabalho – OIT – tem exigido que o País faça adesão pela Convenção 87, que prevê a pluralidade do sindicalismo.

“Seria ruim para nós porque a OIT pede democracia e já a temos no atual sistema, amparado pela Constituição”, atesta o sindicalista. Os empresários ligados à “CUT patronal” – como vem sendo apelidada a agremiação – temem que, com o atendimento à Convenção 87, haja o enfraquecimento das lideranças legítimas. Por ela, uma mesma categoria profissional poderia ter vários sindicatos.

O Movimento das Bases Empresariais – nome oficial do movimento – já conta com a adesão de cerca de 80 sindicatos. Na próxima sexta-feira, os coordenadores promovem novo encontro, em Taubaté, no Vale do Ribeira. Após o Carnaval, será a vez de evento semelhante em Presidente Prudente.

O MBE pretende reunir cerca de 100 entidades em encontro a ser realizado dia 18 de março próximo na capital paulista. “Nosso movimento é tipicamente do interior paulista para a capital, e não vice-versa”, observa Wallace Garroux Sampaio, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e mentor do movimento.

Na oportunidade, os organizadores pretendem realizar debate com representantes das centrais sindicais dos trabalhadores.

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