Há discussões, e afirmações, sobre o etanol combustível que beiram o ridículo, apesar de feitas com seriedade, por quem a faz.
A primeira falácia é a que afirma que o etanol produzido em Mato Grosso é enviado a Paulínia, São Paulo, maior centro produtor e distribuidor de combustíveis do Brasil, para só depois chegar às bombas nos postos de combustíveis de nosso estado. Nada mais fantasioso pois, considerando-se que nosso etanol é produzido dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade, atestada pela ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, e que os custos de transporte de ida e retorno elevariam os preços, não teríamos os melhores valores proporcionais de venda ao consumidor, entre todos os estados da federação.
A segunda falácia é de que a cana-de-açúcar causa danos ao meio-ambiente, afirmativa que não tem o menor conceito cientifico, haja vista que ela é cultivada desde 1532, a partir da região Nordeste, e não há noticias de qualquer impacto ambiental. A cana-de-açúcar é uma gramínea que ocupa o solo por pelo menos cinco anos, quando então é extirpada e realizada a rotação de cultura.
Outra falácia eventualmente divulgada é a de que o regime de tributação existente em Mato Grosso traz desvantagens. Essa é a pior de todas, pois os preços do etanol combustível em nosso estado são os mais competitivos do Brasil, há longo tempo, por duas razões fundamentais: 1- os investimentos em tecnologia de produção, que permitiram, nos últimos 10 anos, que obtivéssemos sensíveis ganhos de produtividade utilizando a mesma área plantada e, 2- porque a política tributária implementada pelo Governo de Mato Grosso, através da Secretaria de Fazenda, permite que esses ganhos de produtividade sejam transferidos ao consumidor final.
O setor sucroalcooleiro de Mato Grosso tem passado por sucessivas crises, desde o ano 2000, mas jamais abandonou a responsabilidade que sabe ter perante todos os brasileiros que aqui vivem: gerar empregos, com os melhores salários da agroindústria; zelar pelo meio-ambiente e garantir o fornecimento de açúcar e etanol combustível em quantidades compatíveis com as necessidades do mercado.
Estamos iniciando uma nova safra e esperamos que, com a manutenção da política tributária inteligente que temos em nosso estado, com a pujança econômica que caracteriza o setor produtivo e a confiança de nossos consumidores, possamos manter viva uma atividade que gera 17000 empregos diretos, R$ 120 milhões em impostos, energia elétrica ambientalmente correta, a partir do bagaço de cana, para vários municípios, e, mais do que isso, contribui decisivamente para a redução dos poluentes emanados pela queima de combustíveis fósseis, como a gasolina.
*PIERO VINCENZO PARINI, Engenheiro Agrônomo, é Presidente do SINDALCOOL – Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de MT