A China pretende elevar a produção de açúcar para 17 milhões de toneladas até 2015, com aumento de área com cana-de-açúcar e beterraba e aumento da produtividade, o que representaria um acréscimo de quase 42%, na tentativa de atender a crescente demanda doméstica. A informação foi publicada ontem no site do Ministério da Agricultura.
Na safra 2008/09, encerrada em 30 de setembro, a China produziu 12,43 milhões de toneladas. Para o atual ciclo, a Associação de Açúcar da China estima queda da produção para 12 milhões de toneladas, devido à queda na área e condições climáticas irregulares.
O vice-ministro da Agricultura, Wei Chaoan, disse em um encontro realizado na sexta-feira passada, em Guangxi – maior produtor de açúcar do país -, que áreas com culturas destinadas à produção de açúcar devem se estabilizar em 1,93 milhão de hectares, 90% com cana-de-açúcar e os 10% restantes com beterraba.
Desde dezembro do ano passado, o governo chinês já vendeu 852.200 toneladas de açúcar das reservas estatais para tentar limitar o avanço dos preços domésticos, em alta após dois anos consecutivos de quebra de safra. Os preços do açúcar duplicaram no mercado internacional, por causa da forte redução de safra em grandes áreas produtoras, incluindo a Índia.
Brasil
A moagem total de cana na Região Centro-Sul do País, desde o início da safra 2009/2010, superou 527 milhões de toneladas até o final da primeira quinzena de janeiro. A produção total atingiu 28,37 milhões de toneladas de açúcar e 22,90 bilhões de litros de etanol. Mesmo em condições climáticas desfavoráveis, a moagem prossegue na segunda quinzena de janeiro em mais de 70 unidades produtoras.
As cifras apuradas até o momento são muito inferiores ao planejado por todas as unidades produtoras no início da safra. Em condições normais, a moagem de cana poderia ter alcançado 580 milhões de toneladas. Com isso, a produção de açúcar ultrapassaria 33 milhões de toneladas e a de etanol seria superior a 27 bilhões de litros.
Os números iniciais projetados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a atual safra traduzem a intenção dos produtores em ofertar açúcar e etanol. O início da safra era, de certa forma, o período mais preocupante devido a um excesso de produto mesmo com uma demanda interna crescente, reflexo do crescimento da frota de veículos flex e das incertezas do mercado externo.