O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o governo avalia a possibilidade de reduzir a tarifa de importação de etanol dos Estados Unidos para conter a alta dos preços. Ao chegar para a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), Lobão disse não ser simpático à ideia — pedida pelos usineiros filiados à Unica, baseada em São Paulo. Mas não descartou sua adoção.
A Unica fez o pedido à Câmara de Comércio Exterior (Camex). O etanol dos EUA é taxado hoje em 20%, devido a barreiras que os americanos impõem ao produto brasileiro. Segundo a Unica, isso ajudará os EUA a se abrirem ao etanol brasileiro, hoje sobretaxado em US$ 0,14 centavo por litro. Segundo fontes da Camex, a tarifa só cairá se a Fazenda concluir que isso reduzirá preços.
Baixar o imposto apenas para agradar aos americanos é considerado inadmissível.
— Não gostamos da ideia de importar etanol. Prefiro arrumar uma solução interna. Mas não está descartada a possibilidade — disse Lobão.
Como a cana-de-açúcar está em entressafra, o governo reduzirá de 25% para 20% a adição obrigatória de álcool à gasolina.
O presidente Lula defendeu ontem, em seu programa de rádio, que o Brasil aproveite mais a tecnologia de extração de álcool do bagaço da cana, que domina desde 1975, para a geração de energia. E chamou de “muito importante” a inauguração da primeira termelétrica flex (a gás e a álcool) do mundo, de Petrobras e General Electric, em Juiz de Fora, semana passada.
Aneel e ministério ainda não têm relatório sobre apagão Mas o país continua sem explicação sobre o apagão que deixou 18 estados sem luz em 10 de novembro. O governo dera um mês, a partir de 16 de novembro, para apresentar um relatório final.
O prazo expirou há 40 dias, mas nem a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nem o Ministério de Minas e Energia se manifestam sobre a investigação.
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Nos bastidores, diz-se que o relatório sairá em fevereiro. Oficialmente, não há data, e a culpa está sendo colocada na Aneel.
— O relatório está ainda em nível de superintendência e não chegou ao conselho diretor — afirmou Edvaldo Santana, diretor da Aneel.
Segundo o jornal “Valor Econômico”, fontes da Aneel afirmam que houve falhas na manutenção dos equipamentos de Furnas em São Paulo.
Dilma diz que estatal está chegando ao limite Nos bastidores, há a teoria de que a demora tem razões políticas: Furnas é presidida pelo PMDB, partido de Lobão. Nelson Hubner, da Aneel, é indicação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência , que deverá ter um peemedebista como vice.
A ministra afirmou ontem que a demora na aprovação do projeto de capitalização da Petrobras n! o Congresso está atrapalhando a conclusão do plano de investimentos da estatal nos próximos cinco anos: — Ainda nenhum investimento foi postergado, mas estamos chegando no limite Dilma acrescentou esperar que o projeto de capitalização da Petrobras seja aprovado pelo Congresso até o mês que vem.
— Espero, embora não controle o processo, espero, acho, acredito que eles aprovem antes do carnaval. Se não conseguirem, pelo menos logo depois.
A Petrobras divulga anualmente o seu Plano Estratégico.
No momento, avalia os investimentos que serão feitos de 2010 a 2014, substituindo o atual plano de US$ 174 bilhões para 2009-2013.
