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Demanda por açúcar deve crescer nos países emergentes

A guerra contra o açúcar em razão da mudança dos hábitos alimentares estagnou o consumo em diversos países desenvolvidos, como os EUA e nações europeias. Mas o franco crescimento do consumo em países da Ásia e do Norte da África explica o crescimento da demanda pela commodity.

“A demanda mundial por açúcar é calculada em 3,3%”, diz Plínio Nastari, consultor da Datagro. Segundo o especialista, o consumo na China é de 9 quilos por habitante, abaixo da média mundial de 32 quilos por habitante. No Brasil, é de 59 quilos por brasileiro. “O potencial de crescimento ainda é grande”, afirma.

Etanol

Mas o setor de etanol continuará crescendo 13%, diz Nastari, o que motivará os investimentos futuros do setor sucroalcooleiro, principalmente pelas vendas de veículos.

“O grande catalisador do setor sucroalcooleiro tem sido a área de energia e combustíveis”, diz José Carlos Grubisich, presidente da ETH Bioenergia, empresa controlada pelo grupo Odebrecht com participação da trading japonesa Sojitz.

A empresa, cujo foco é a produção de etanol e energia a partir do bagaço de cana, apenas produzirá cerca de 160 mil toneladas de açúcar na atual safra. A intenção da ETH é produzir quase 500 milhões de litros de etanol.

O consumo de álcool cresceu 44% na safra de 2009/10, para 26 bilhões de litros, em comparação a safra de 2006/07, segundo dados da consultoria Datagro. No mesmo período, a procura por açúcar aumentou 11%, para 33,5 milhões de toneladas.

“A nossa visão é que o custo da energia vai sair cada vez mais caro na perspectiva de longo prazo”, afirma Grubisich. “Sem falar na questão de o etanol ser renovável com um impacto ambiental baixo.”