Quando a GCube, uma empresa de serviços de seguros, teve de substituir um equipamento de energia eólica no ano passado, encontrou uma maneira de voltar a colocar em uso as peças que haviam sido danificadas: doou a turbina para o Laramie County Community College de Wyoming. O equipamento usado, mas ainda funcionando, foi avaliado em US$ 600 mil, mas a doação foi parte de uma iniciativa de longo prazo da companhia para proporcionar a estudantes de engenharia experiências práticas sobre as tecnologias envolvidas na energia eólica.
A faculdade não poderia ter comprado o equipamento sozinha. Somente para levar a unidade de 36 toneladas para o campus, fazer a instalação e construir uma passarela ao redor dela para que os alunos pudessem aprender como fazer sua manutenção, a escola teve que desembolsar mais de US$ 100 mil.
Escolas de todas as partes dos Estados Unid! os começam a criar programas de energias renováveis dizem que a experiência prática vem sendo cada vez mais procurada. A administração Obama prometeu alocar recursos nas energias renováveis, com um pacote de estímulo econômico que inclui US$ 56 bilhões em doações e redução de impostos para projetos de energias limpas criados nos EUA nos próximos dez anos, e um orçamento de US$ 15 bilhões por ano para financiar programas de energias renováveis como biodiesel, etanol, energia solar e eólica, além de veículos híbridos.
Em resposta, escolas de todas as partes dos EUA estão buscando meios de preparar os alunos para o setor. Faculdades de administração estão ampliando seus currículos tradicionais para que eles possam incluir questões como as tentativas do planeta de se afastar dos combustíveis fósseis e abraçar as fontes alternativas de energia.
A Universidade do Estado da Pensilvânia faz isso por meio de cursos ministrados por seu departamento de economia ambiental e d! e recursos renováveis. Na Universidade de Stanford, o projeto energético e climático trabalha para encontrar soluções que permitam gerar energia que atenda as necessidades de uma população mundial em crescimento, mas proteja o meio ambiente.
No Bauer College of Business da Universidade de Houston, Praveen Kumar, diretor-executivo do Instituto Global de Gerenciamento de Energia, começou a tentar tirar vantagem no ano passado devido ao fato de Houston ser a capital mundial da energia, com um número crescente de workshops, seminários e cursos que abordam as energias renováveis.
A Universidade de Houston está usando uma parceria com o Laboratório Nacional de Energias Renováveis para pesquisar a viabilidade comercial do pyroil, um combustível à base de biomassa, e desenvolver um curso sobre os aspectos econômicos dos biocombustíveis. Ela organizou o primeiro curso de graduação em negociações de carbono dos EUA, junto com a faculdade de direito da universidade, já que ! as questões legais ainda precisam ser resolvidas.
Previamente este ano, a faculdade ofereceu um curso em parceria com empresas para a elaboração de planos de negócios em energias renováveis. “Tem sido uma grande experiência”, diz o professor Kumar. No ano que vem, a Universidade de Houston vai introduzir esses temas no currículo, com três ou quatro cursos já agendados abordando os mercados de energias renováveis e carbono.
John Butler, diretor acadêmico do Centro de Inovação e Gerenciamento de Energia da McCombs School of Business da Universidade do Texas em Austin, afirma que a universidade oferece aulas e experiências práticas na comunidade como uma maneira de contornar a formalidade envolvida na criação de um novo curso. A escola oferece aos alunos de MBA cursos alternativos de tecnologias limpas e finanças energéticas que incorporam as energias renováveis. Ele acredita que em algum momento a escola terá uma turma concentrada totalmente nas energias alternativas.
Nos últimos três anos, Kyriacos Zygourakis, professor de química e engenharia biomolecular da Universidade Rice, vem ministrando um curso chamado engenharia de comunidades sustentáveis. Ele examina a dependência que os EUA têm dos combustíveis fósseis, cuja produção eventualmente vai atingir um pico, e o esforço que será necessário para substituí-los pelas energias renováveis.
O projeto final deste ano foi analisar como a Rice poderia cumprir sua meta de se tornar neutra na emissão de carbono. “Nenhuma solução individual pode dar essa resposta”, afirma. Zygourakis admite que alguns alunos ficaram chocados ao perceberem o quanto será difícil atingir essa meta. “Meu objetivo é fazer os estudantes entenderem a complexidade desses problemas. Tenho esperança de que eles poderão contribuir com a solução.” (Tradução de Mario Zamarian)