Mercado

Petrobras quer mais usinas de etanol

A Petrobras pretende comprar mais duas ou três participações em usinas de etanol no próximo ano. A intenção vai de encontro à meta da estatal de produção do biocombustível no plano estratégico para o período de 2010 a 2014, que está em elaboração e deve ser divulgado em janeiro. A empresa garante a entrega ao mercado de 747 milhões de litros de etanol no ano que vem, segundo Ricardo Castello Branco, diretor da Petrobras Biocombustíveis, braço da estatal.

Para 2011, a previsão é de que a produção atinja 1,392 bilhão de litros e, no ano seguinte, 2,319 bilhões de litros. Castello Branco disse que serão anunciadas mais duas ou três aquisições de participações em usinas prontas para produzir etanol – do mesmo porte da compra em Minas Gerais, por R$ 150 milhões, de 40,4! % de uma usina da Total, com produção de 100 milhões de litros, que será duplicada até 2104.

O diretor confirmou que um dos focos é o mercado japonês, apesar da China ter entrado definitivamente na lista de possível mercado para o etanol brasileiro, após reduzir a taxa de importação do álcool. Nesta quarta-feira, a Petrochina assinou com a estatal memorando de entendimentos para produção no Brasil e exportação para o gigante asiático.

– A gente olha para o mundo todo. A China em si é um tremendo mercado em potencial, mas o Japão continua sendo um objetivo – disse Castello Branco, lembrando que a Petrobras está presente no Japão, com uma refinaria e um posto de abastecimento que mistura 3% de álcool à gasolina.

Mistura asiática

O diretor destacou ainda a demora para que o governo japonês torne obrigatória a mistura, expectativa que iniciou o plano de etanol da Petrobras anos atrás. Ele se disse confiante também com a perspectiva de venda ao mercado american! o, que tem planos de aumentar a produção de etanol até 2022.

– Tem uma aposta no etanol de segunda geração lá, mas os fatos estão mostrando que não deve acontecer tão cedo de forma econômica. Se os EUA mantiverem a meta numérica, vai abrir uma tremenda janela de exportação para o etanol brasileiro, e a Petrobras estará lá – afirmou.

A Petrobras também aposta no sucesso da utilização do etanol em usinas térmicas, o que abriria um grande mercado em outros lugares, além do Japão. Um teste sobre a possibilidade de uso de etanol estava previsto para o dia 21, mas o diretor nem ninguém na empresa soube informar se foi realizado.

A primeira tentativa da Petrobras de entrar na produção de etanol acabou frustrada, com o cancelamento sem explicações de um projeto piloto em Goiás, Itarumã. Este seguia o modelo implantado então pelo diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que previa dois parceiros para a estatal – um estrangeiro importador e um produtor brasileiro.

Divisão

Com a criação da Petrobras Biocombustíveis, o negócio de etanol passou então para a nova empresa, que decidiu comprar também usinas em operação ou projetos novos prestes a começar a produzir. “Abrimos nosso leque para comprar participações em projetos existentes, como o projeto da Total.”

Com agências

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