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Petrobras testa etanol em usina térmica

A Petrobras começa a testar no dia 21 de dezembro a inédita usina térmica a etanol, que se der certo ampliará o mercado para a venda do biocombustível a vários países, informou ontem a diretora de Gás e Energia da estatal, Maria da Graça Foster. O teste será feito por três meses, nas duas turbinas que compõem a térmica da estatal em Juiz de Fora (MG), que passará a gerar energia tanto com gás quanto com álcool. Cada equipamento tem capacidade de geração de 45 megawatts.

“Já fizemos os testes com o gás e a usina voltou a operar normalmente; agora vamos rodar com etanol”, explicou Graça. “Passa a ser uma grande oportunidade de negócios em outros países e isso pode acelerar em muito o uso do etanol brasileiro”, completou ela.

Graça disse que existe uma grande expectativa sobre a redução de emissões de gás carbônico (CO2) que o projeto pode proporcionar, o que facilitaria a entrada dessas usinas em países desenvolvidos. “A disponibilidade da usina a álcool é mais uma alternativa que nós teremos para reduzir as emissões”, disse ela.

Os testes se iniciam em um momento de aperto na oferta de etanol no Brasil, o que tem sustentado os preços, com as usinas elevando o volume de cana para a produção de açúcar, com o objetivo de aproveitar os bons preços da commodity no mercado mundial. Espera-se que no futuro a oferta do biocombustível seja mais abundante, com o uso de tecnologias que conseguiriam obter mais álcool da cana.

A General Eletric (GE), fornecedora dos equipamentos para a usina, foi a responsável pela conversão. O valor do investimento não foi divulgado. Graça admitiu que o custo da operação com etanol é maior do que com gás, mas destacou que a operação dará mais flexibilidade à térmica. Segundo ela, esse tipo de utilização de etanol é inédito no mundo.

ENERGIA EÓLICA. Graça ressaltou que os seis projetos de geração de energia eólica, inscritos no leilão da modalidade, a ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na próxima segunda-feira, reforçam a intenção da companhia de diversificar suas fontes de geração de energia. O que for gerado nos seis projetos habilitados para participação do leilão, todos situados no Rio Grande do Sul e com capacidade instalada total de 126 megawatts (MW), serão postos no mercado convencional de energia.

“Nossa produção com eólicas será contratada para as distribuidoras. A idéia é diversificar as fontes. A eólica é a da vez, mas também pretendemos buscar outras alternativas”, afirmou Maria da Graça Foster. (Com agências)