O bagaço e palha da cana-de-açúcar foram os principais combustíveis na geração de bioeletricidade para a rede em 2024.
A geração a partir da cana representou uma oferta de 21.218 GWh, ou seja: 75% de toda a
geração de bioeletricidade para a rede no país.
O licor negro, resíduo da indústria de papel e celulose, continuou ocupando o segundo lugar em temos de geração de bioeletricidade para a rede, com 5.118 GWh em 2024.
Os dados estão no mais recente boletim de Bioeletricidade da Unica, coordenado por Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da entidade representativa do setor de bioenergia.
Bioeletricidade: quarta posição no ranking de geração
Em 2024, a produção de bioeletricidade em geral para a rede atingiu 28.260 GWh, ocupando a 4a posição, um pouco atrás do gás natural.
A bioeletricidade em geral inclui os diversos tipos de biomassa, como lenha, lixívia, bagaço e
palha de cana, resíduos de madeira, capim elefante, casca de arroz, biogás etc.
e não inclui a geração destinada ao autoconsumo das usinas.
Hidrelétricas respondem por 66% da oferta total
Em 2024, a geração de energia elétrica para a rede foi de 632.145 GWh na
matriz elétrica brasileira, um crescimento de 3,2% em relação à geração em 2023.
A principal fonte continuou sendo as hidrelétricas, com 66% da oferta total
em 2024 e queda de 3% na produção em relação a 2023, conforme
levantamento da UNICA, a partir da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE).
Por que a bioeletricidade é estratégica
Em 2024, a bioeletricidade produzida a partir da cana-de-açúcar e ofertada para o Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 21.218 GWh, um montante 1,2% superior ao volume ofertado em 2023, que foi de 20.973 GWh.
Trata-se de uma geração excedente para a rede equivalente a 32% da geração da Usina Itaipu em 2024.
No ano passado, mais de 84% da geração de bioeletricidade sucroenergética para a rede ocorreram entre maio e novembro, no período seco e crítico do SIN, por conta da safra canavieira na Região Centro-Sul do país, conforme se observa na Figura abaixo,
mostrando como essa geração renovável e não intermitente é estratégica para o país.