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AFCP cobra mini barragens para aliviar impactos da seca

O projeto da associação pernambucana prevê o armazenamento da água no período chuvoso, evitando que ela escoe sem aproveitamento

Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP
Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP

A Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) intensificou as cobranças aos governos estadual e federal para a implantação de um projeto que pode reduzir os impactos da seca no setor canavieiro.

Trata-se do “Águas do Norte”, um plano de construção de pequenas e micro barragens na Zona da Mata de Pernambuco.

O objetivo é armazenar água no período chuvoso, evitando que ela escoe para os rios e chegue ao mar sem aproveitamento.

Essa reserva hídrica poderia ser utilizada nos meses secos, garantindo a umidade necessária para os canaviais e outras culturas agrícolas.

Projeto está parado há anos

O presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima, lamenta que o projeto já tenha sido entregue a diferentes instâncias governamentais, mas até hoje não tenha sido implementado.

“Já apresentamos essa proposta há anos. O Governo do Estado e o Governo Federal sabem da importância desse projeto, mas ele nunca sai do papel. Enquanto isso, sofremos com estiagens severas e depois com excesso de chuvas que, sem armazenamento adequado, acabam indo direto para o mar”, destacou Lima.

A seca prolongada na safra 2024/2025 reforçou a necessidade de soluções como essa. Além do impacto na produtividade, os produtores acumularam prejuízos com a morte precoce da socaria, o que elevará os custos de replantio.

AFCP: mobilização do setor canavieiro

A AFCP, junto com outras entidades do setor, participará de uma reunião da União Nordestina de Produtores de Cana (Unida), no dia 5 de fevereiro, para discutir estratégias de mobilização e buscar apoio governamental.

“A seca não afetou apenas Pernambuco, mas também Alagoas e Paraíba. Precisamos de ações concretas para evitar que os produtores continuem sofrendo com perdas sucessivas”, concluiu Lima.

A expectativa é que o setor consiga sensibilizar as autoridades para a importância do projeto, garantindo mais segurança hídrica e evitando prejuízos futuros aos produtores de cana do estado.