O ano de 2024 foi marcado, desde o seu início, por eventos climáticos extremos, e a perspectiva é que 2025 não será muito diferente, porque as mudanças climáticas seguirão impactando as empresas e a sociedade, e não serão resolvidas no curto e médio prazo, segundo avaliação da Climatempo.
“O intervalo entre a ocorrência dos eventos climáticos extremos vem diminuindo, da proporção de um evento de grande impacto a cada cinco ou seis anos para pelo menos uma ocorrência em menos de dois anos”, observa Vitor Hassan, VP de Mercados e Head da vertical energia da Climatempo.
Impacto da seca
Como exemplo, ele cita o impacto da seca sobre a logística da região Norte, impedindo o transporte fluvial; as chuvas intensas, que dizimaram diversos municípios no Rio Grande do Sul, e o vento de grande intensidade que afetou o fornecimento de energia em São Paulo, deixando milhares de residências, empresas e comércios no escuro por vários dias.
A resolução do problema, ao contrário do senso comum de uma grande parcela das pessoas e também de empresas, não será possível no curto e médio prazo.
O VP de Mercados da Climatempo destaca que todos os esforços globais para reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) não terão efeito de curto prazo porque o planeta segue realizando atividades que emitem gases.
Mudanças afetam a transição energética
A análise histórica dos eventos e a compreensão de como o clima irá se comportar nos próximos anos exercem um papel fundamental na elaboração de planos de contingência das empresas de energia, e não só das distribuidoras.
As mudanças climáticas também podem impactar o equilíbrio dos contratos de concessão de energia e a própria transição energética.
Hassan lembra que as concessões são geralmente estabelecidas por prazos longos, de até 30 anos, contudo, os termos negociados nesses contratos podem ficar ultrapassados por conta da velocidade com que os eventos climáticos extremos ocorrem.