A conjuntura macroeconômica atual apresenta desafios para o mercado de commodities, incluindo o açúcar.
Apesar de fundamentos estáveis, a oferta pode ser menos escassa no quarto trimestre de 2024 do que inicialmente previsto.
Por outro lado, as condições climáticas e restrições nas exportações indianas podem tornar o cenário de curto prazo altista.
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Exportações indianas
Espera-se que a índia limite suas exportações no primeiro trimestre de 2025, o que pode gerar um déficit significativo de oferta, possivelmente superior a 2 milhões de toneladas.
Segundo a analista de Açúcar e Etanol da HedgePoint Global Markets, Lívea Coda, a produção indiana enfrenta atrasos devido a condições climáticas e políticas.
Dados de 15 de novembro apontam redução de 40% na moagem e 41% na produção.
“A produção atingiu 710 mil toneladas, comparada a 1,27 milhão no ano passado. As exportações indianas devem permanecer limitadas até que os estoques sejam recompostos, impactando os fluxos comerciais globais”, afirma Lívea.
Safra brasileira
Chuvas recentes favoreceram o desenvolvimento da safra 2025/26, mas condições climáticas adversas podem elevar os preços no curto prazo.
O contrato de março de 2025 é o mais altista, com spread de 140 pontos, e as chuvas na região central do país contribuem para consolidar essa tendência.
“Os preços do açúcar atualmente estão projetados entre 19,5 e 22,5 centavos por libra-peso, dependendo da demanda, que segue enfraquecida devido à menor participação da China e estoques elevados em refinarias”, explica a analista.
Demanda global
Embora o mercado de açúcar branco esteja mais equilibrado, a escassez de açúcar bruto pressiona as margens das refinarias.
Segundo Lívea, “a demanda por açúcar bruto será decisiva para os preços.
Problemas no desenvolvimento da safra 2025/26 no Centro-Sul ou maior urgência na demanda global podem levar a uma tendência altista”.
Macroeconomia desfavorável
O cenário macroeconômico contribui para um mercado desafiador.
O dólar forte, a desvalorização de moedas emergentes e a fraqueza da economia chinesa pressionam a demanda e reduzem os prêmios FOB, limitando o potencial de expansão do mercado de açúcar.
Apesar disso, a evolução das condições climáticas no Brasil e as restrições de exportações indianas mantêm o mercado atento às próximas movimentações, com possibilidade de sustentação dos preços em patamares elevados.