A nova gigante do setor sucroalcooleiro LDC-SEV, formada com a fusão entre as operações da multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities no Brasil e da Santelisa Vale, nasce com um valor de mercado estimado de R$ 8 bilhões. O presidente da empresa, Bruno Melcher, disse que o objetivo é obter a liderança do setor. Com 13 unidades operacionais e capacidade de moagem de 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano, ela já nasce vice-líder mundial em processamento de cana, atrás apenas do Grupo Cosan, que tem capacidade de moagem em torno de 60 milhões de toneladas.
Pelo acordo, a LDC terá 60% de participação na nova empresa, os acionistas antigos da Santelisa Vale ficarão com 18%, os bancos credores com 13% e novos investidores terão 9%. Esses novos investidores ainda estão finalizando sua entrada na operação e, em um primeiro momento, a LDC bancará o montante da participação, de cerca de R$ 800 milhões. “Estamos finalizando o acordo com investidores, principalmente bancos de desenvolvimento internacionais. Há muitos interessados”, explicou Melcher.
Na conselho da nova companhia, haverá seis cadeiras para a LDC, duas para os atuais acionistas e uma para os novos investidores. Ele disse que 100% do passivo da Santelisa, estimado em R$ 2,2 bilhões, foi renegociado com prazos longos.
Segundo o executivo, a LDC-SEV terá uma política agressiva de expansão, para o qual utilizará a injeção de capital de R$ 800 milhões dos novos investidores no curto prazo e, no médio, vai abrir o capital. A LDC chegou a preparar a operação em 2007, mas a crise financeira abortou a iniciativa. Ele prevê que a abertura seja feita em cerca de três anos.
A LDC-SEV vai se concentrar nas subsidiárias em que possui capital majoritário. Empresas como a Usina Tropical Bioenergia, em que a Santelisa possuía fatia minoritária em parceria com a BP, devem ser alienadas.
Melcher disse que a nova empresa manterá os ativos da Crystalsev, trading da Santelisa, apesar de várias de suas atividades serem duplicadas na LCD. O executivo explica que, aos poucos, a Crystalsev deverá deixar de ser trading, mas continuará existindo por meio de seus ativos de logística e distribuição e sua participação em um terminal no porto de Santos, o que garante o acesso da LDC-SEV aos mercados de exportação de açúcar.
Segundo o executivo, a sinergia criada pela fusão das duas empresas deverá criar uma economia de R$ 100 milhões por ano.