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Mesmo com mudança no mix, produção de açúcar cresce 5,5% em Minas

A produção do etanol hidratado aponta um aumento de 15% em relação à safra passada

Mário Campos
Mário Campos | Divulgação

Minas Gerais enfrenta uma safra 2024/2025 marcada por desafios climáticos e decisões estratégicas, segundo Mário Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia).

Apesar das adversidades, o setor apresenta crescimento na produção de açúcar e etanol, demonstrando resiliência e adaptação às condições extremas.

Impacto da seca

Inicialmente, a expectativa era de uma moagem semelhante à safra anterior, com 80 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Contudo, a maior seca já registrada no setor e chuvas intensas no final da safra impactaram significativamente os resultados.

“Até o momento, foram processadas 73,8 milhões de toneladas, o que corresponde a 92% da meta, com 4,4% de crescimento em relação ao mesmo período da safra anterior”, informa Campos.

A produção de açúcar atingiu 5,1 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em comparação à safra anterior. No entanto, o mix de produção ficou abaixo do esperado, com 51% voltado para o açúcar, reflexo da queda na qualidade da matéria-prima devido aos incêndios e às condições climáticas adversas.

No etanol, o destaque foi o crescimento expressivo do hidratado, com 1,9 milhão de m³ produzidos, um aumento de 15% em relação à safra passada. Já o etanol anidro registrou queda de 8%, totalizando 1,1 milhão de m³.

Segundo Campos, esse movimento reflete a recuperação do mercado do hidratado, que retomou parte do espaço perdido para a gasolina nos últimos anos.

Outro ponto positivo foi o investimento em novas fábricas de açúcar no estado. Três unidades, anteriormente voltadas apenas à produção de etanol, passaram a operar no segmento açucareiro, e novos empreendimentos devem entrar em operação no próximo ano.

Cana bisada

Apesar do crescimento, as condições climáticas trouxeram dúvidas sobre os próximos passos do setor.

Muitas usinas ainda avaliam se continuarão a moagem até o fim do ano ou se deixarão parte da cana no campo para a próxima safra.

Segundo Campos essa é grande decisão que as usinas terão que adotar nesse momento.

Além disso, há preocupação sobre o impacto da seca na disponibilidade de matéria-prima para 2025.