Biometano é aposta da Nestlé para reduzir as emissões de CO2

Companhia inicia implementação do renovável em quatro fábricas

Biometano é aposta da Nestlé para reduzir as emissões de CO2
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Até 2026, a Nestlé planeja reduzir 30% da pegada de carbono de suas operações no país e, para tanto, acelera a diversificação de sua matriz energética no Brasil com o uso de combustíveis renováveis.

É o caso do biometano.

O compromisso é o de reduzir suas emissões de CO2 em 50% até 2030 e de se tornar NetZero em 2050.

Em linha com isso, a companhia inicia a implementação de biometano nas fábricas de Araçatuba, Caçapava, no interior paulista, e de Ibiá e Ituiutaba, em Minas Gerais.

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Araçatuba é a primeira

A primeira fábrica a iniciar o uso de biometano é a de Araçatuba, com fornecimento da Ultragaz, relata a Nestlé.

O gás renovável, fornecido pela companhia, começou a ser utilizado neste mês de novembro para gerar ar quente, essencial para o processo de produção de leite em pó na unidade.

A próxima fábrica a operar com biometano é a de Caçapava, que é a segunda maior em volume de produção de chocolates da Nestlé no mundo.

A transição será concluída 100% em 2025 e a unidade receberá combustível renovável advindo de aterros sanitários, com apoio da empresa Gás Verde. 

“Produzido a partir de biogás de resíduos de aterros sanitários, o biometano é um combustível 100% renovável que reduz em 99% as emissões de gases de efeito estufa (GEE). Para nós, é uma satisfação ter a Nestlé como parceira na sua jornada de descarbonização”, afirma o CEO da Gás Verde, Marcel Jorand.

Incluídas na lista

Como parte do plano de conversão das fábricas no Brasil para o uso de biometano, as unidades localizadas nos municípios de Ituiutaba e Ibiá, no Triângulo Mineiro, foram incluídas na lista e estarão adaptadas até 2026, também com operação da Ultragaz.

Atualmente, ambas utilizam GLP em câmaras, fornos e caldeiras. 

“Hoje, 100% da fonte de energia elétrica consumida pelas fábricas da Nestlé no Brasil é de origem limpa. Com a transição de todas as etapas fabris para matrizes renováveis, nossa expectativa é ter 100% da operação industrial da companhia no Brasil NetZero em 2028”, afirma Donir Costa, diretor de Engenharia da Nestlé Brasil.

“Estamos muito orgulhosos em sermos a principal parceira da Nestlé na sua jornada de transição energética no Brasil. Fornecer biometano para suas operações industriais reforça nosso compromisso com a sustentabilidade e a inovação, além de reafirmar nosso papel em promover soluções de energia limpa que contribuirão para que a Nestlé alcance suas metas de redução de emissões e, ao mesmo tempo, fortaleçam a matriz energética renovável no país”, afirma Erik Trench, diretor de Gases Renováveis da Ultragaz.

Diversificação

A diversificação da matriz energética faz parte da visão global da companhia. No Brasil, as maiores fontes são energia hidráulica, eólica, solar, biometano e biomassa. Atualmente, as linhas de produção de KitKat, em Caçapava (SP), e de caixas de bombom Garoto, em Vila Velha (ES), já utilizam majoritariamente energia solar.

Recentemente, a Nestlé firmou parceria com a Enel para criação de três consórcios de autoprodução de energia eólica para abastecer cinco fábricas da companhia, localizadas nos estados de São Paulo (nas cidades de São José do Rio Pardo e Ribeirão Preto), Espírito Santo (em Vila Velha) e Minas Gerais (nos municípios de Ibiá e Ituiutaba).

As usinas eólicas, localizadas no complexo Cumaru, no Rio Grande do Norte, foram construídas e são operadas pela Enel Green Power, divisão de geração renovável do Grupo Enel.

A Nestlé deterá participação de 40% a 47% nas três usinas