A Universidade de São Paulo (USP) vai inaugurar, nas próximas semanas, a primeira estação mundial de produção de hidrogênio renovável a partir de etanol, no campus Capital-Butantã.
Anunciada durante a Conferência de Pesquisa e Inovação em Transição Energética (ETRI) 2024, essa iniciativa do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), com financiamento da FAPESP e Shell, busca reduzir as emissões de carbono no campus.
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Como será a produção inicial
Inicialmente, a estação produzirá 4,5 kg de hidrogênio por hora, suficiente para abastecer três ônibus urbanos da USP e um ônibus rodoviário.
Potencial de emissão evitada
Estudos indicam que, se todos os 18 ônibus urbanos da USP fossem convertidos para hidrogênio, a universidade evitaria a emissão de quase 3 mil toneladas de CO₂ por ano.
A tecnologia usada na planta-piloto converte etanol em hidrogênio usando um reformador desenvolvido pela startup Hytron.
Etanol é matéria-prima
A planta usa etanol e subprodutos para manter a temperatura de reação em 750°C, produzindo hidrogênio a um custo competitivo.
Esse combustível é purificado para atingir 99,999% de pureza e armazenado para uso nos ônibus e no automóvel Mirai, da Toyota, veículo pioneiro a hidrogênio.
7 litros fazem 1 kg de hidrogênio
Por meio de uma tecnologia desenvolvida pela Raízen, foi possível integrar todo esse processo e utilizar 7 litros de etanol para a produção de 1 kg de hidrogênio.
Estudos preliminares mostram que, se 18 ônibus urbanos movidos a diesel que circulam pela USP fossem hoje substituídos por versões abastecidas com hidrogênio, a universidade deixaria de emitir quase 3 mil toneladas de CO2 por ano.