O avanço do etanol vai depender de uma estrutura financeira consistente, destacou Guilherme Nastari da DATAGRO.
A informação do executivo foi durante o painel “Finanças: Desafios e Oportunidades” na 24ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol.
O evento foi realizado nos dias 21 e 22 de outubro em São Paulo.
O painel contou com a participação de:
- Caroline Perestrelo, Head Agro Corporate do Santander Brasil;
- Fabrizzio Marchetti, CIO da Milenio Capital; e
- Mauro Mattoso, Chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES.
Avanço do faturamento
Caroline Perestrelo informou que o faturamento das empresas agrícolas sob a gestão do Santander cresceu de R$ 85 bilhões para R$ 216 bilhões nos últimos seis anos.
Além disso, ressaltou a melhoria na liquidez e na estrutura de capital, com a dívida líquida por EBIT reduzida de 9,1% para 2,4%.
Relevância
Perestrelo falou sobre a relevância do mercado de capitais, que atualmente representa mais de um terço do financiamento do setor.
Esse mercado permite uma maior diversificação de fontes de recursos e prolongamento dos prazos de dívida.
Ela identificou oportunidades promissoras em áreas como fusões e aquisições, irrigação e o crescimento do preço do açúcar, que pode resultar em um caixa positivo para as empresas.
Desembolso
Mauro Mattoso apresentou um panorama do BNDES no setor de biocombustíveis, informando que desde 2005 o banco desembolsou cerca de US$ 10 bilhões para mais de 120 projetos.
Isso contribui para um aumento de mais de 10 bilhões de litros na capacidade de produção de etanol e adicionando mais de 4.000 MW de eletricidade a partir da biomassa.
Para 2024, até setembro, o BNDES já desembolsou R$ 1,6 bilhão em linhas de crédito e aprovou aproximadamente R$ 3,9 bilhões, com destaque para o etanol de cereais.
Além disso, anunciou uma nova parceria com a Finep para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis voltados para a navegação.
Evolução
Por fim, Fabrizzio Marchetti discutiu a evolução do mercado de capitais no setor agro, destacando a crescente sofisticação dos produtos financeiros e a diversificação das fontes de recursos.
Ele afirmou que o mercado de capitais continua a evoluir, especialmente no suporte às cadeias logísticas e de biocombustíveis.