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Com prejuízo de R$ 1,2 bi, Santelisa decide seu futuro

Com um presente de dificuldades, que levaram a empresa a buscar um novo controlador para seguir operando, a Santelisa Vale decide amanhã seu futuro.

Segundo o balanço da safra 2008/09, divulgado na última semana, o prejuízo líquido da empresa no período foi de R$ 1,2 bilhão.

O resultado negativo reflete um período de crise do mercado mundial, do setor sucroalcooleiro e da própria usina, segundo o economista José Carlos Lima, da Markestrat, órgão de pesquisas ligado à USP.

“Ela tentou fagocitar outra usina, a Vale do Rosário, só que ela não tinha noção das dificuldades que enfrentaria”, disse Lima.

Além da Vale do Rosário, a Santelisa incorporou outras usinas menores no período de “boom” do etanol, impulsionada pela entrada maciça de investimentos no setor entre 2006 e 2008.

A exposição assumida pela empresa para se tornar o segundo m! aior grupo sucroalcooleiro do país -atrás apenas da Cosan-, no entanto, deixou-a vulnerável com a chegada da crise.

Para Lima, a empresa trabalhava com a expectativa de o mercado do etanol se manter aquecido, mas a ausência de crédito durante o ápice da crise econômica atrapalhou seus planos.

Diante de dificuldades até mesmo para pagar fornecedores, a Santelisa Vale passou a buscar, desde o final do ano passado, uma nova injeção de capital para seguir operando.

Desde abril, a empresa negocia a venda de seu controle para o grupo francês Louis Dreyfus. O acordo deve ser fechado amanhã, durante a assembleia dos acionistas da Santelisa, em Sertãozinho.