No final deste mês vêm ao Brasil 40 especialistas de 18 países membros do Consórcio Internacional de EPI – Qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual no Uso de Agroquímicos. A reunião tem por objetivo analisar cenários de exposição de trabalhadores rurais a agroquímicos nas lavouras dos países agrícolas, além de modelos de comunicação de riscos e treinamentos diversos. A expectativa do Consórcio é a de adotar, no futuro próximo, um sistema único, global, de avaliação e mitigação de riscos químicos no campo.
O evento, agendado para o período de 23 a 25, na região da paulista Jundiaí, marcará o 10º aniversário do Consórcio Internacional de EPI e ocorre no Brasil, um dos países-membros da organização, pela primeira vez. O coordenador da plenária será o pesquisador científico brasileiro Hamilton Ramos, idealizador do programa IAC-Quepia de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura, também representante do país no Consórcio.
Conforme Ramos, o programa IAC-Quepia pesquisa a utilização de vestimentas protetivas agrícolas ou EPI no Brasil há quase 18 anos. Resulta de uma parceria entre o setor empresarial e o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, localizado em Jundiaí-SP.
“A reunião privilegiará diretrizes e normas para avaliação, mitigação e comunicação de riscos químicos com pesticidas nas pequenas propriedades, nas quais se utilizam principalmente pulverizadores costais e semiestacionários na aplicação de agroquímicos. O Consórcio tem por objetivo central prevenir a exposição humana a esses compostos”, resume Hamilton Ramos.
Os EPI agrícolas, ele explica, constituem equipamentos largamente utilizados na agricultura, visando a proteger o trabalhador rural nas aplicações e pulverizações de agroquímicos, além de auxiliar na utilização correta e eficaz dos produtos para controle de pragas, doenças e plantas daninhas.
No Brasil, complementa Ramos, o trabalho de pesquisa do programa IAC-Quepia resultou na queda das reprovações de qualidade de EPI agrícolas fabricados localmente, que eram da ordem de 80% do montante analisado em laboratório, em 2010, para os atuais menos de 20%.