Quase 3 milhões de hectares. Essa é a área ocupada por estabelecimentos agropecuários no Espírito Santo em 2006. Embora seja um número bastante expressivo, é 18,6% menor do que o apurado em 1995. Os dados são do Censo Agropecuário divulgados pelo IBGE ontem.
Quanto ao efetivo de animais, houve 0,2% de aumento do rebanho bovino, uma redução de 14,7% do rebanho suíno, e um aumento de 211,7% no efetivo de aves, entre 1995 e 2006. Quanto a produtos de origem animal, houve aumento de mais de 300,0% da produção de ovos de galinha (de 35 milhões de dúzias, em 1995, para 141,9 milhões de dúzias em 2006).
Da década de 90 para cá, houve redução de quase 10% no pessoal ocupado (e 351.461, em 1995, para 317.559, em 2006). A atividade agropecuária no Estado representa 18,1% do pessoal ocupado. A pesquisa mostra que aumentou 8% a quantidade de tratores no estabelecimentos agropecuários.
A produção de lavouras permanentes é a principal atividade em 45% dos estabelecimentos agropecuários do Estado. Em seguida, pecuária e criação de outros animais. A pesquisa aponta que no Estado somente 10% dos estabelecimentos são dirigidos por mulheres.
Há predominância de direção por pessoas com ensino fundamental incompleto: 12,4% dos estabelecimentos eram dirigidos por homens que não sabiam ler e escrever ou não tinham nenhuma instrução (mas sabiam ler e escrever), e 17% dos estabelecimentos eram dirigidos por mulheres que não sabiam ler e escrever ou não tinham nenhuma instrução (mas sabiam ler e escrever).
Concentração de terra ainda é alta no país
Notícias Relacionadas
Em dez anos, o agronegócio brasileiro cresceu, modernizou-se e ganhou produtividade, mas esse avanço não alterou uma realidade: a concentração da terra na mão de poucos proprietários, que até aumentou. Esse retrato surge dos dados do Censo Agropecuário de 2006. Indicador-síntese da desigualdade no campo, o índice de Gini da terra subiu 1,9% na média nacional de 1995/1996 a 2006, tendência apontada na maioria dos Estados. Quanto mais perto esse índice está de 1, maior é a concentração. Em São Paulo, por exemplo, o crescimento da cultura de cana-de-açúcar (estimulada pelo maior uso de álcool com o carro flex e pelos bons preços do açúcar) fez a concentração da terra aumentar 6,1%. O índice relaciona a área total destinada à lavoura e à pecuária com o número de proprietários rurais.
Dados nacionais
Energia. A parcela de estabelecimentos agropecuários do país que possuíam energia elétrica saltou de 39% para 68% em 10 anos. Nesse período, o maior aumento ocorreu na região Nordeste, passando de 19,9% para 61,5%, chegando a 1,5 milhão de espaços rurais.
Irrigação. De acordo com o Censo, 6,3% dos estabelecimentos declararam utilizar esta técnica, com um aumento de 39% acusando um aumento de 39%, ou o equivalente a 1,3 milh! ão de hectares adicionais, no número de estabelecimentos agropecuários praticantes.
Agrotóxicos. O Censo Agropecuário do IBGE mostrou que 56% das 1,4 milhão de propriedades onde há utilização de agrotóxicos não recebem orientação técnica.
