O Grupo Tereos acaba de se tornar o primeiro produtor de açúcar e amido a receber a aprovação de suas metas de descarbonização. A validação do compromisso de ser Net Zero até 2050 veio do SBTi (Science Based Targets Initiative), plataforma de referência global para os compromissos climáticos adotados por empresas.
A Tereos aderiu ao SBTi em 2022 e, em março deste ano, anunciou seu programa para zerar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em conformidade com o Acordo de Paris. Agora, o SBTi validou o plano de descarbonização, sendo essa a primeira validação concedida pela iniciativa a um player ativo nos mercados de açúcar e amido na União Europeia.
Parceria entre o CDP (Carbon Disclosure Project), o Pacto Global das Nações Unidas, o World Resources Institute (WRI) e o World Wide Fund for Nature (WWF), o SBTi é uma iniciativa para mobilizar o setor privado em relação às mudanças climáticas e limitar o aquecimento global a 1,5º C.
A Tereos escolheu o mais alto nível de compromisso – o programa “FLAG (Forest, Land And Agriculture)” – que abrange toda a cadeia de valor, desde as atividades agrícolas até a transformação e comercialização dos seus produtos.
Para atingir esse objetivo, na Europa o Grupo pretende reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) das suas instalações industriais em 65% até 2033 – e em 50% globalmente – por meio da implementação de 78 projetos e um investimento total de cerca de 800 milhões de euros. Além disso, também tem o compromisso de reduzir as emissões de GEE em 36% até 2033 para a parte agrícola de suas atividades.
“Este passo confirma a seriedade com que levamos esse compromisso. Nossa contribuição para o cumprimento do Acordo de Paris se reflete em grandes mudanças em toda a nossa organização. Elas são a base do futuro comum que queremos cultivar para a terra e seu povo, a fim de atender às necessidades essenciais da vida cotidiana”, diz Olivier Leducq, CEO global da Tereos.
No Brasil, o compromisso da Tereos com a descarbonização se baseia em uma frente de inciativas que tem como alavanca o uso de biogás e biometano, combustível gerado a partir da vinhaça e uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis.
A Tereos no Brasil também vem implementando ações que auxiliam na redução do consumo de diesel, como a renovação da frota de caminhões por veículos mais modernos e que emitem menos CO2, utilização de diesel aditivado menos poluente e mais eficiente e otimização das operações por meio de um acompanhamento em tempo real feito pelo COA (Centro de Operações Agroindustriais).
Com esse conjunto de ações, foi possível reduzir o consumo de diesel em mais de 3,4 milhões de litros ao longo de 2023 em relação ao ano anterior, o que significa que a empresa deixou de emitir 9 mil toneladas de CO2 no período.
Na área agrícola, a agricultura regenerativa é o principal pilar. A empresa vem adotando o uso de fertilizantes orgânicos em detrimento dos minerais nitrogenados. O uso de fertilizantes de baixa emissão e estudos sobre potenciais parcerias em fertilizantes verdes também estão em andamento.
“Nosso negócio em si já tem uma pegada de carbono mais baixa em relação a outras culturas, dada a lógica da economia circular da cana-de-açúcar, e seguimos buscando novas oportunidades para continuar reduzindo nosso impacto no meio ambiente, alinhadas com as nossas metas globais de descarbonização. Estamos engajados em uma jornada robusta de descarbonização, contribuindo para o setor sucroenergético aumentar ainda mais o seu impacto positivo na matriz energética brasileira”, completa Pierre Santoul, diretor-presidente da Tereos no Brasil.