Entidades repudiam entrevista de coordenadora do INPE sobre queimadas

Em entrevista à GloboNews ela questiona os prejuízos causados pelas queimadas, alegando ser uma prática comum entre os produtores de cana

Em entrevista ao programa Especial de Domingo, exibido ontem (15), pela GloboNews a coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Luciana Gatti, questionou os prejuízos dos produtores de cana-de-açúcar causados pelas queimadas e alegou ainda que se trata de uma prática comum durante a colheita.

Em nota, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), critica a manifestação da coordenadora do INPE e afirma que suas declarações são irresponsáveis e infundadas. Segundo a nota “toda a cadeia de produção de cana-de-açúcar está comprometida com a preservação do meio ambiente, cumprindo as diretrizes estabelecidas pelo Protocolo Agroambiental Etanol Mais Verde, que inclui a proibição do uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo, desde 2017”.

“É também de imensa irresponsabilidade, da parte da coordenadora do INPE, acusar a cadeia produtiva da cana-de-açúcar de se beneficiar em um contexto tão crítico e caótico. Uma injúria que contribui para a desinformação em um momento delicado e cujo foco deveria ser a resolução deste grave problema”, prossegue a nota.

“As queimadas prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e também a rentabilidade dos produtores rurais” afirma na nota o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), também condenou a declaração e solicitou junto à emissora um direito de resposta, que foi prontamente concedido, sendo apresentado na edição de segunda-feira, dia 16, do programa GloboNews Mais.

“É lamentável que essa senhora, desconhecendo a realidade do plantio e manejo da cana-de-açúcar, tenha ido a público disseminar inverdades sobre um setor que é reconhecido globalmente por suas práticas de sustentabilidade e redução de emissões de gases de efeito estufa”, afirmou a UNICA.