Mercado

Planejamento da transmissão para projetos de hidrogênio é tema de debate entre MME, EPE, ONS e ANEEL

Evento discute soluções para facilitar a expansão da rede de transmissão e integrar projetos de hidrogênio ao Sistema Interligado Nacional

Planejamento da transmissão para projetos de hidrogênio é tema de debate entre MME, EPE, ONS e ANEEL

O Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), realizou nesta quarta-feira (11), o workshop “Novos paradigmas do planejamento da expansão da transmissão para a conexão de plantas de produção de hidrogênio: Como reduzir a assimetria de informação e acelerar a tomada de decisão”.

O evento teve como foco central o debate sobre o desenvolvimento de infraestruturas de transmissão para suportar projetos de hidrogênio no Brasil, buscando criar condições para que essas plantas se conectem de maneira eficiente à Rede Básica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

O Brasil já tem onze projetos de hidrogênio em fase de estudo, totalizando uma capacidade instalada prevista de 45 GW até 2038. Esses projetos, que representam um avanço significativo para a matriz energética do país, foram incluídos no cronograma de planejamento da expansão da transmissão da EPE para 2024. Caso esse crescimento seja confirmado, ele pode transformar o cenário energético brasileiro a longo prazo.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância do evento e do trabalho que vem sendo feito pelo MME e EPE, ressaltando o papel do hidrogênio na transição energética do país. “Esse estudo, somado ao marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono sancionado recentemente, abre novas oportunidades para o desenvolvimento econômico e energético do Brasil”, afirmou Silveira.

Desafios do planejamento de transmissão para o hidrogênio

O workshop também abordou os desafios enfrentados pelo setor na definição de estratégias para o planejamento da transmissão. Thiago Barral, secretário de Transição Energética e Planejamento do MME, destacou que o planejamento está sendo confrontado com dilemas complexos, como a necessidade de tomar decisões sob incertezas e estabelecer diretrizes claras para a conexão das plantas de produção de hidrogênio, cuja demanda por infraestrutura de transmissão é significativa.

“O MME está sendo acionado para lidar com uma demanda de gigawatts de infraestrutura de transmissão para suportar esses projetos, o que exige um esforço conjunto com as associações e agentes do setor para entender as escolhas e desafios envolvidos nesse processo”, comentou Barral.

De acordo com a EPE, os projetos de hidrogênio estão concentrados em poucas subestações, o que impõe a necessidade de investimentos em novas tecnologias que assegurem flexibilidade e controle no sistema elétrico. Para isso, será fundamental adotar uma abordagem prospectiva, capaz de antecipar os desafios e ajustar as estratégias de transmissão para lidar com as particularidades do mercado de hidrogênio.

Integração com o Sistema Elétrico Nacional

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também participaram do workshop, trazendo à discussão a necessidade de criar uma rede de transmissão eficiente que conecte os projetos de hidrogênio de forma coordenada, garantindo o equilíbrio entre modicidade tarifária, descarbonização e segurança para os investimentos em infraestrutura. O evento reuniu mais de 300 participantes, incluindo representantes de 15 entidades do setor energético.

Atualmente, o MME avalia onze pedidos de conexão de plantas de hidrogênio à Rede Básica do SIN. Seis desses projetos já receberam portarias autorizando a conexão com base no critério de menor custo global, enquanto os outros cinco ainda estão em análise. A previsão é que a demanda inicial alcance 0,9 GW até 2026, podendo chegar a 45 GW em 2038.

Essas discussões são fundamentais para que o Brasil possa avançar de maneira sustentável na adoção do hidrogênio como fonte energética, integrando-o de forma eficiente ao sistema elétrico e promovendo o desenvolvimento de uma matriz energética mais limpa e diversificada.