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Maersk inicia era de navegação com metanol nas Américas

Com o navio Alette Maersk, a gigante do transporte marítimo reforça seu compromisso com a descarbonização e a meta de ser net zero até 2040

Maersk inicia era de navegação com metanol nas Américas

A A.P. Moller – Maersk, uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo, apresentou seu primeiro navio movido a metanol a operar nas Américas. O navio, batizado de Alette Maersk, chegou ao Porto de Los Angeles, Califórnia, onde foi realizado um evento de nomeação. Com 350 metros de comprimento e capacidade para transportar 16.000 TEUs (unidade equivalente a vinte pés), a embarcação destaca-se por ser o primeiro de cinco navios bimotores da frota da Maersk a utilizar metanol como combustível em operações transoceânicas, especialmente na travessia do Pacífico.

Este marco sublinha a determinação da empresa em alcançar suas ambiciosas metas ambientais, que incluem ser neutra em emissões de carbono até 2040. Durante a cerimônia, líderes da Maersk destacaram os desafios enfrentados pelo setor de transporte marítimo para se alinhar com a transição global rumo à descarbonização.

O CEO da Maersk, Vicent Clerc, ressaltou a necessidade de uma ação coordenada e urgente em escala global. Ele convocou os líderes do setor e a Organização Marítima Internacional (IMO) a apoiarem o Mecanismo de Equilíbrio Verde, uma iniciativa que visa promover o transporte sustentável sem elevar drasticamente os custos do comércio mundial. Clerc reforçou que, embora os novos navios bicombustíveis, como o Alette Maersk, representem um avanço importante, ainda há muito trabalho a ser feito. “Precisamos de regulamentações globais imediatas que viabilizem o uso de combustíveis verdes e os tornem acessíveis a todos os players do setor”, afirmou.

Com o transporte marítimo representando cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, e uma frota global de 100 mil navios consumindo anualmente 300 milhões de toneladas de combustível, o impacto ambiental do setor é significativo. A Maersk tem investido pesadamente em novas tecnologias e combustíveis para mitigar esse impacto, mas a empresa reconhece que as melhorias em eficiência energética e as iniciativas governamentais atuais não são suficientes para cumprir suas metas de longo prazo.

A escolha do metanol como combustível alternativo é vista como uma das soluções mais promissoras para descarbonizar o transporte marítimo. Embora o metanol de baixa emissão de CO₂ seja uma opção viável, seu custo elevado – entre duas a três vezes superior ao dos combustíveis fósseis – e a limitada produção global ainda são grandes obstáculos a serem superados. Mesmo assim, a Maersk permanece confiante no potencial dessa tecnologia, tendo já encomendado 20 outras embarcações projetadas para operar com metanol.

Durante o evento, a Maersk deixou claro que, para atingir a meta de transportar 25% de sua carga marítima com combustíveis de baixa emissão até 2030, será necessária uma mudança sistêmica em todo o setor. O desenvolvimento de infraestrutura adequada para o abastecimento de combustíveis limpos e a criação de políticas públicas que incentivem sua adoção são passos essenciais para avançar nessa jornada.

A chegada do Alette Maersk às Américas representa um marco importante não apenas para a Maersk, mas para toda a indústria de transporte marítimo. Ela destaca a urgência de acelerar os esforços de descarbonização e de fomentar a inovação tecnológica necessária para transformar o setor.

“Com as 20 novas embarcações movidas a metanol já encomendadas, a Maersk reafirma seu papel de liderança na transição para um futuro mais sustentável, contribuindo para a redução das emissões globais e incentivando outras empresas a seguirem o mesmo caminho”, conclui Clerc.