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Colheita recorde prevista para 2024/25 deverá intensificar desafios em transporte e armazenagem no agro

Aumento de custos entre 10% a 12% preocupa setor

(Divulgação DATAGRO)
(Divulgação DATAGRO)

Os custos logísticos no agronegócio, abrangendo transporte e armazenagem, estão projetados para um aumento de 10% a 12% na safra 2024/25. Essa elevação é impulsionada pela expectativa de uma colheita superior no próximo ciclo, conforme afirmou Fernando Pauli de Bastiani, analista de Pesquisa da Esalq-LOG, durante o primeiro dia da 5ª edição do evento DATAGRO Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão, realizado na terça-feira (27) em Cuiabá-MT. O encontro, organizado pela DATAGRO, termina até esta quarta-feira (28).

Bastiani destacou que safras maiores naturalmente sobrecarregam a infraestrutura logística do país, particularmente em transporte, onde o Brasil enfrenta um desequilíbrio devido à predominância do modal rodoviário em detrimento de ferrovias e hidrovias. Além disso, há um problema significativo na estocagem, com um déficit crônico de armazéns disponíveis.

“Segundo a FAO, o ideal é que um país tenha capacidade de armazenar cerca de 130% de sua produção agrícola. No Brasil, esse percentual é de aproximadamente 70%,” explicou Bastiani. Já Thomé Luiz Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, complementou informando que, na safra de verão de 2023/24, a capacidade de armazenagem no Brasil já estava no limite.

Outro ponto crítico mencionado por Bastiani foi o escoamento da produção. No Brasil, entre 50% e 60% das cargas são transportadas por rodovias, o que é ineficiente dado o tamanho continental do país. Isso resulta em maiores custos logísticos e impacta negativamente a competitividade do setor agroindustrial.

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