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Jalles avança na produtividade, mas reporta prejuízo no 1T25

A moagem alcançou 3,160 milhões de toneladas, um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período da safra anterior

Jalles avança na produtividade, mas reporta prejuízo no 1T25

A Jalles, que conta com três unidades, sendo duas em Goiás e uma em Minas Gerais, apesar de reportar um prejuízo no primeiro trimestre da safra 2024/25, apresentou um avanço na moagem de cana, processando 3,160 milhões de toneladas, um aumento de 4,7% em relação ao mesmo período da safra anterior.

A produtividade da cana também subiu, com um TCH de 91,0, refletindo um crescimento de 4,7%. A produção de açúcar foi um dos destaques, crescendo de 128,8 mil toneladas para 134,4 mil toneladas, enquanto a produção de etanol teve uma leve queda de 0,2%, totalizando 144,4 mil toneladas.

A companhia atribui o aumento na produtividade a condições climáticas favoráveis em Goiás e a avanços no manejo e na tecnologia dos canaviais. “Com condições climáticas favoráveis e tecnologia avançada, conseguimos aumentar nossa produtividade, mesmo quando a tendência nacional é de queda”, afirmou a companhia em seu relatório.

A empresa também observou melhorias significativas em suas operações. A Usina Santa Vitória Açúcar e Álcool (USV) inaugurou uma fábrica de açúcar VHP (Very High Pol) em junho, o que possibilitou à companhia ajustar a velocidade de moagem e maximizar a produção de açúcar. A Jalles Machado espera que essas mudanças resultem em um mix de produção mais voltado para o açúcar nos próximos trimestres.

O mix de produção no primeiro trimestre da safra 2024/2025 foi de 36,6% para açúcar e 63,4% para etanol, comparado a 35,5% e 64,5%, respectivamente, no mesmo período do ano anterior. A empresa espera uma recuperação no mix açucareiro ao longo do segundo e terceiro trimestres da safra.

No relatório de resultados (1T25) a companhia informa um prejuízo líquido de R$ 2,378 milhões. Este resultado reflete uma queda de 95,2% em relação ao lucro de R$ 49,5 milhões obtido no mesmo período do ano anterior. O documento aponta também uma diminuição de 10,1% no EBITDA ajustado, que caiu de R$ 271 milhões para R$ 243,9 milhões, e uma redução de 9,8% na receita líquida, que totalizou R$ 401,3 milhões.

Apesar dos desafios financeiros, a Jalles Machado conseguiu manter uma margem de EBITDA ajustado de 60,8%, embora tenha sido 10,1% menor do que no 1T24. A empresa atribui a redução no EBITDA ajustado ao desempenho abaixo do esperado do lucro líquido, aos menores preços médios do etanol e do açúcar, e à redução na comercialização de açúcar orgânico.

O hedge do açúcar para as safras 25/26 e 26/27 está posicionado em 84,5% e 33%, com preços médios de R$ 2.428 e R$ 2.384, respectivamente. Desde o início da safra, os preços do etanol aumentaram em 9%, passando de R$ 2,41 para R$ 2,62 por litro.

No mercado externo, a Jalles enfrentou uma queda de 18,5% nas receitas, com destaque para a redução de 67,0% na exportação de açúcar VHP. A empresa optou por exportar açúcar cristal, aproveitando uma janela estratégica de exportação para otimizar margens, mesmo com custos logísticos mais altos.

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