O acordo de aquisição da participação majoritária nas unidades sucroalcooleiras da Santelisa Vale pela francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC) “depende apenas de detalhes técnicos, jurídicos e financeiros para ser homologado”, segundo relato de Cícero Junqueira Franco, acionista do grupo nacional. “Até o final de setembro tudo deve ser resolvido, com a convocação da assembleia para a aprovação dos sócios da Santelisa Vale”, explicou.
Junqueira Franco, que não informou quais detalhes atrasam a finalização do processo de associação iniciado em abril, avalia que a parte operacional das unidades da Santelisa Vale seguirá sem grandes mudanças pelo menos até o encerramento da safra 2009/2010 de cana-de-açúcar, entre novembro e dezembro. Já a Crystalsev, trading da qual a Santelisa Vale tem 72% de participação acionária, de! verá passar por um amplo processo de reestruturação, uma vez que a LDC também tem um braço comercial para a venda de açúcar e álcool.
Pelo acordo negociado, a LDC deve ficar com entre 72% e 62% da Santelisa Vale. Os 10 pontos percentuais de variação dependem do sucesso que a multinacional terá no processo de aumento de capital que fará no mercado em busca de R$ 400 milhões. Os acionistas atuais, as famílias Biagi e Junqueira Franco, o banco norte-americano Goldman Sachs e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficarão com 15% da Santelisa Vale e os grandes bancos credores (Bradesco, Itaú, Santander e Votorantim, que concentram dois terços da dívida), com 13%.
Petrobras
A estatal também manifestou interesse em adquirir uma grande usina de etanol no País, segundo informações de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento e Refino da companhia, sem dar maiores detalhes de quais são os negócios em vista. “A Petrobras é uma empresa de gra! nde porte. Se decide que vai participar de um segmento não é para ser a última, mas sim para estar entre as primeiras, as maiores”, disse, destacando que trata-se de um grande empreendimento.
Costa lembrou que a companhia deve concluir já no final de 2010 pelo menos dois trechos do alcoolduto, que vai ligar Senador Canedo, em Goiás, a Paulínia. O empreendimento é tocado por um consórcio privado, com participação minoritária da Petrobras. “Há vários projetos neste segmento, entre eles o de construção de uma hidroviária, ou de participação em outros negócios”, destacou.