A semana começou com céu nublado e chuva fraca na maior parte do Estado, com temperatura entre 14 e 22 graus. Na quarta-feira, a frente fria deu lugar a uma massa de ar seco, mantendo os dias ensolarados, com baixa umidade e calor de até 30 graus no fim de semana. Agosto terminou com volume de chuva bem acima do normalmente esperado para o mês e temperatura levemente inferior à média histórica, o que explica o elevado conteúdo de água no solo em todo o Estado, oscilando em torno de 80% da capacidade máxima de retenção.
Em condições normais, é comum observar valores médios de umidade do solo abaixo de 40% neste período do ano, destacando as condições atípicas do inverno no Estado. O excesso de chuva tem favorecido os pecuaristas, reduzindo a necessidade de alimentação suplementar ao gado. A melhor condição do pasto também permite ao pecuarista segurar os animais no pasto, aguardando por melhores preços.
Colheita
Para as culturas em colheita, o excesso de chuva ao longo do inverno tem trazido prejuízo aos produtores, tanto pelos atrasos nos trabalhos de campo, aumento nos custos e perda na qualidade dos produtos.
Desde junho, este quadro é observado no setor sucroalcooleiro de praticamente todo o Estado, onde as paralisações por causa da chuva e a queda na concentração de sacarose no colmo da cana por causa do excesso de água e do tempo nublado têm resultado em prejuízos expressivos nesta safra.
A cafeicultura também experimenta dificuldades semelhantes, com atraso no andamento da safra e perda na qualidade do café, resultando em queda de preços associada ao aumento nos custos. Os produtores de mandioca também passam pela mesma dificuldade por causa do tempo chuvoso, com redução na oferta do produto e efeitos no setor de farinha e fécula.
Desde quarta-feira, contudo, o tempo firme favoreceu a retomada de colheita, transporte e secagem. O tempo seco também favoreceu a colheita da cebola e da alcachofra em Piedade; do morango em Atibaia, Monte Alegre do Sul e Jarinu; da cevada, aveia e trigo em Itapetininga, Itapeva e Taquarivaí e do tomate em Cafelândia, Sumaré e Ribeirão Branco.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br