Já é consenso no mercado de biodiesel de que a mistura de biodiesel no diesel subirá de 4% para 5% em 2010. Até o próximo dia 15 de setembro, uma reunião em Brasília deverá definir a data em que o B5 entrará em vigor. A informação é de Edson Menezes da Silva, superintendente de abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Segundo ele, a expectativa é de que o B5 já começa a ser utilizado a partir de primeiro de janeiro de 2010.
“Temos oferta suficiente para suprir o mercado com B5”, disse. A capacidade instalada brasileira para produzir biodiesel supera os 3,5 bilhões de litros.
O próximo leilão de compra a ser realizado pela ANP já deve contemplar um volume suficiente para o abastecimento de B5 no primeiro trimestre de 2010. Considerando o mesmo consumo registrado em 2009, o volume de biodiesel a ser comprado no leilão de outubro atingira 500 milhões de litros! ante 460 milhões de litros adquiridos no mais recente leilão, para o abastecimento de B4 no último trimestre de 2009.
Silva estima que, com a recuperação da economia, o consumo de biodiesel em 2010 com o B5 pode atingir até 2,2 bilhões de litros. No plano original, a mistura de 5% estava prevista apenas a partir de 2013. “Isto mostra que o programa está se desenvolvendo de forma melhor que o esperado inicialmente”, acredita.
Segundo ele, atualmente, a adimplência das compras é de 95%. “Não temos quase problemas com falta de entrega e ultimamente nem estamos realizando leilões de segurança porque não há necessidade”, disse.
Para Silva, o próximo passo seria uma alteração no formato de aquisição do biodiesel pelo mercado. “Os leilões já fizeram o seu papel no início do processo. Agora, está no momento de haver uma transição para outro modelo”, disse.
Verticalização
O diretor presidente da Brasil Ecodiesel, Mauro Cerchiari, disse ontem que, na busca de maior eficiência, a tendência da indústria de biodiesel é a verticalização por meio de parcerias estratégicas. “Apenas com o estreitamento dos elos desta cadeia é que ela se tornará mais competitiva. Não estou falando de aquisição, mas de parcerias estratégicas”, disse o executivo.
Segundo ele, a terceirização é uma opção que está em estudos dentro da Brasil Ecodiesel. Neste momento, por exemplo, as duas esmagadoras da empresa estão inativas e todo o óleo vegetal utilizado está sendo comprado ou esmagado em unidades terceirizadas.