O manejo de maturadores dominou as discussões da IV Reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC, realizada nesta terça-feira (16), no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP. O evento, aberto pelo coordenador do Grupo, Marcos Landell, começou com um painel sobre as principais causas de oscilação do ATR (Açúcar Total Recuperável), com palestra do Dr. Carlos Alberto Mathias Azania. pesquisador do IAC/Centro de Cana.
Em sua apresentação, Azania destacou a importância do pol (pureza do caldo) e do ARC (Açúcar Redutor do Caldo) na determinação do valor do ATR. “À medida que o pol aumenta, o valor do ATR também cresce. No entanto, é crucial entender que, enquanto o pol pode continuar a subir, o ARC deve estar equilibrado com o pol. Quanto maior a leitura sacarimétrica (Lai), maior será a sacarose, mas um excesso de fibra pode interferir no cálculo do ATR. Resumindo: maior Lai, menor fibra e maior pureza”, explicou.
Para alcançar esse equilíbrio, ele ressaltou a necessidade de controlar a isoporização por meio do manejo de pragas como brocas, irrigação adequada durante períodos de estiagem, controle de florescimento, manejo de doenças e a escolha de cultivares com menor isoporização.
Segundo ele, para se alcançar uma Lai maior é preciso um conjunto de manejo adequado com uso de pré-maturador; inibidor de florescimento; maturador; colheita no momento correto e menor impureza junto aos colmos (qualidade da colheita).
Natalia Margoni Nery Zechin, do Grupo Tereos, compartilhou a estratégia de maturação da empresa, que na safra 2023/24 processou 21,1 milhões de toneladas de cana em suas seis unidades em São Paulo. Natália revelou que 70% da área de maturadores (50 mil hectares) foi tratada com drones, resultando em ganhos de até 3,8 kg/t de ATR em comparação com a aplicação por aviões. “A meta é alcançar 100% da aplicação via drone”, afirmou.
Lucas Rabelo Campos da Usina da Pedra, considera a utilização de maturadores indispensáveis. “Para explorar o máximo potencial produtivo do nosso canavial, retorno financeiro e aumentar a eficiência da fábrica. Estamos efetuando 50% da aplicação por avião e 50% via drone”, explicou.
Thiago de Paula e Silva, da BP Bunge, enfatizou a abordagem de manejo nutricional em estágios: corretivos de solo, rotação de culturas, nutrição de raízes e nutrição foliar. “Estamos visitando outras culturas para entender o que funciona e aplicar também na cana”, comentou Silva, destacando o projeto de manejo regenerativo desenvolvido pelo grupo.
Lucas Ferrari Machado, da Corteva, apresentou um novo herbicida pré-emergente para o controle de mamona e mucuna. Em seguida, Dr. Carlos Alberto Mathias Azania. pesquisador do IAC/Centro de Cana, discutiu o florescimento e as causas das oscilações.
O evento foi encerrado com uma apresentação virtual de Rogério Pontes Xavier, da Jalles Machado, que abordou o manejo com inibidores para conter o florescimento, ressaltando a complexidade do processo e a importância das pesquisas com novas moléculas.