O governo colombiano está numa empreitada para atrair investimento de empresas brasileiras em agroindústrias na Colômbia. Um dos maiores produtores de café do mundo, importante produtor de leite na América Latina, dono de um rebanho de 26 milhões de cabeças de gado de corte e já atuando na área de biocombustíveis, a Colômbia quer aproveitar os acordos bilaterais que devem ser fechados até o final deste ano para atrair grupos brasileiros.
“Temos a produção e o acesso aos mercados. Precisamos transformar essa produção da melhor forma possível para conseguir atender essa demanda que está aumentando”, disse Andrés Fernández Acosta, ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia.
Acosta se reuniu esta semana, em São Paulo, com um grupo de empresários brasileiros para apresentar as vantagens e benefícios que o governo colombiano está disposto a conceder para atrair investidores. Ele lembrou que até o final deste ano deverão ser assinados os acordos que já foram acertados com Estados Unidos, México, Chile, Costa Rica e União Europeia. Segundo Acosta, hoje, a Colômbia consegue garantir segurança para os investidores, oferecer estabilidade política e também incentivos e isenções fiscais para as empresas interessadas. “Hoje, a política agropecuária é de Estado e será mantida independentemente do presidente que esteja no poder”.
Entre os segmentos de maior interesse estão os de processamento de proteínas animais, especialmente carnes e leite. Segundo Acosta, a Colômbia produz 18 milhões de litros de leite por dia, mas possui uma capacidade de processamento para apenas 9 milhões de litros. A outra metade da produção passa por um manejo informal, como a produção de queijos e iogurtes. “Existe um mercado interno muito grande para o leite, já que a camada mais baixa da população consome apenas 34 litros por ano, enquanto as mais altas superam 70 litros. Existe ainda o mercado externo para o leite em pó, que seria outro potencial”.