Energia Renovável

ENASE encerra edição de 2024 com análises importantes sobre renováveis e regulamentação do setor elétrico  

Em dois dias de evento, foram debatidos temas estratégicos do setor em três trilhas de conteúdo simultâneas e arenas de debates

(Foto ENASE 2024, por Tulio Thomé)
(Foto ENASE 2024, por Tulio Thomé)

O Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (ENASE), principal evento do setor elétrico nacional, reuniu esta semana líderes, especialistas e acadêmicos para debater as perspectivas para um mercado de energia em transformação.

Na abertura desta edição, Hermano Pinto, Diretor do Núcleo de Infra e Energia da Informa Markets, expressou sua gratidão pela presença dos participantes e destacou a importância do evento para o futuro do setor. “Este ano, ampliamos o formato do evento para oferecer uma oportunidade única de conteúdo e experiência, discutindo temas de extrema importância como sustentabilidade e a incorporação de novas tecnologias para a distribuição de energia elétrica”.

No segundo dia, o evento abriu a programação debatendo os caminhos para um futuro descarbonizado no painel “O Futuro Começa Agora”. Viviana Canhao Coelho, Climate Change Executive Manager da Petrobras reforçou que existem soluções baratas a serem implementadas para acelerar o processo.

“É possível reduzir 30% das emissões com medidas de eficiência e economicamente viáveis, como a redução do consumo de energia. Essas medidas estão atrasadas. Soluções de transição baseadas apenas em custo operacional tem que ser reservadas para o fim da curva de descarbonização. Se não formos capazes de investir no que é mais barato, não vai chegar lá”, ressaltou.

Ao longo de toda a programação, esta edição trouxe em seus múltiplos palcos debates sobre desafios e perspectivas para o setor elétrico, do mercado de gás natural, abordou diversos pontos da expansão de diferentes fontes de renováveis sem deixar de lado mercados promissores como biogás, biometano e a expectativa sobre o hidrogênio verde.

Guilherme Abreu, Gerente Geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal, disse durante o evento que a companhia pretende reduzir 25% de suas emissões de carbono até 2030 e se tornar carbono neutro até 2050. Para ele, o Brasil pode liderar a expansão do hidrogênio verde por meio da sua geografia privilegiada, assim como pela capacitação da mão de obra local. No entanto, questões como custo e logística ainda representam um gargalo na utilização do insumo por grandes consumidores.

(Foto ENASE 2024, por Tulio Thomé)

Lucas Attademo, gerente de Utilities e Eficiência Energética do Assaí Atacadista, observou que a energia elétrica é o segundo maior custo do varejo. Para ter maior controle sobre essa despesa e sobre a qualidade do insumo, o Assaí faz a gestão de energia in house, em conjunto com uma empresa contratada de inteligência de mercado.

Paulo Squariz, Head Energia da Suzano, destacou o potencial da biomassa para dar perenidade ao setor energético brasileiro e levantou a possibilidade de se instalar bunkers de baterias ao lado de plantas de papel e celulose. “Eu enxergo uma planta de papel e celulose como uma biorrefinaria. Somos uma  alternativa para dar perenidade ao setor energético brasileiro. Na Suzano, temos a prática de olhar para dentro do nosso negócio e identificar onde podemos produzir com mais sustentabilidade”, analisa.

Outra grande novidade deste ano foi a introdução de três trilhas de conteúdo durante a Plenária ENASE: Modernização e Futuro do Setor, Energia Limpa, e Mercado e Consumo. Esse formato oferece uma abordagem direcionada e aprofundada sobre os temas que mais impactam o setor, permitindo aos participantes escolherem os painéis de acordo com seus interesses e necessidades empresariais.

O evento apresentou também duas arenas temáticas dedicadas a Tecnologias Aplicadas e Sustentabilidade. Estes espaços foram palco para discussões sobre inovações tecnológicas na distribuição de energia elétrica e estratégias para alcançar metas de sustentabilidade e net zero, refletindo o compromisso do ENASE 2024 com o avanço tecnológico e ambiental do setor.