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Cemig negocia compra de energia gerada com o bagaço da cana

A Cemig negocia com usinas produtoras de açúcar e álcool a compra de 200 Megawatts (MW) médios de energia de biomassa, proveniente da queima do bagaço da cana. Além desse montante, a companhia fechou até o mês passado contratos que somam 80 MW médios. A estatal, por meio da Efficientia, subsidiária que atua na área de energias alternativas, está ampliando a participação da biomassa na sua matriz energética, que hoje não chega a 5% do total. A empresa já totaliza cerca de R$ 500 milhões em contratos de comercialização de longo prazo (2009-2020), um volume de 3,3 milhões de MW/h.

“Minas Gerais é o Estado que registra o maior crescimento na geração de biomassa. No setor, acredito que quem não gerar energia excedente perderá competitividade”, disse o gerente geral da Efficientia, Túlio Machado Alves, durante workshop realizado onte! m, na sede da Fiemg, numa parceria entre o Sindicato da Indústria de Açúcar e Álcool de Minas Gerais (Siamig) e a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen).

De acordo com o coordenador da área de bioeletricidade do Siamig, Luciano Rogério de Castro, antes da crise, o sindicato projetava um potencial instalado de geração de energia a partir do bagaço da cana da ordem de 2.500 MW médios, dos quais 1.700 MW seriam ofertados no mercado por 42 usinas. “Com a crise, os associados refizeram os cálculos. Metade dos projetos foram adiados”, disse.

Até 2020, volume será igual a Itaipu

O programa de biomassa nas usinas de cana de açúcar no país “é irreversível”. “Entre 2015 e 2020, a previsão é que o setor esteja colocando no mercado um volume de energia igual à gerada em Itaipu”, diz Luciano Rogério de Castro, do Siamig.

As novas usinas já incluem a bioenergia no negócio. As antigas têm que se adaptar. Um exemplo é a usina Monte Alegre, no Sul de Minas. Com investimentos de R$ 44 milhões, a Adecoagro vai ampliar a geração de energia com a queima da cana de 2,5 MW/hora para 18 MW/hora. (ZM)