Biotecnologia

Uso de biotecnologia pode aumentar receita do setor em U$$ 250 milhões

Tecnologia avançada promete aumentar o rendimento e a sustentabilidade do setor

Fernanda Firmino
Fernanda Firmino

A aplicação de leveduras biotecnológicas na indústria sucroenergética brasileira tem o potencial de aumentar a receita do setor em até U$$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhões) por ano, conforme estimativas da Lallemand Biofuels & Distilled Spirits (LBDS). Este incremento é baseado no uso de leveduras de alta performance, que prometem elevar a produtividade na produção de etanol.

Segundo a Lallemand, uma multinacional canadense, que possui uma unidade de produção em Piracicaba – SP e desenvolve produtos que aumentam a eficiência e reduzem custos no processo de fermentação, atualmente, 82% do etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil ainda utiliza leveduras convencionais, com apenas 18% empregando biotecnologia, incluindo leveduras geneticamente modificadas.

Dados da companhia indicam que a biotecnologia de ponta pode aumentar a produtividade do etanol em até 6% nas biorefinarias de milho e cana-de-açúcar, além de reduzir a necessidade de áreas de plantio e diminuir a pegada de carbono do setor.

Durante a conferência CITI ISO DATAGRO NY Sugar & Ethanol, realizada em Nova Iorque, foram discutidas as oportunidades que o uso de biotecnologia traz para a transição energética, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Fernanda Firmino, gerente de negócios da LBDS no Brasil, destacou a importância do etanol no desenvolvimento de novos mercados, como o combustível sustentável de aviação (SAF), etanol de segunda geração (2GE) e combustíveis sintéticos.

Fernanda ressaltou que até 2030, 20% a 30% da demanda global de SAF poderá ser suprida pelo etanol, resultando em uma produção de 9 a 12 bilhões de litros. Este avanço é vital para a redução das emissões do setor aéreo. Ela também sublinhou que a produção de etanol de segunda geração depende da biotecnologia, uma vez que leveduras convencionais não fermentam material celulósico, crucial para este tipo de produção.