A maior quantidade de chuva na região canavieira em Pernambuco costuma ir de abril a julho historicamente, o que normalmente concentra 80% do volume esperado para todo o ano. Desde janeiro, por sinal, o nível pluviométrico esteve acima da média. O fenômeno La Niña no Pacífico e as condições de temperatura e ventos no Oceano Atlântico na Costa do Nordeste do Brasil são importantes fatores para que as chuvas tenham apresentado níveis favoráveis para o cultivo da cana neste ano na região. As informações são do Boletim Climático da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), assinado pelo meteorologista Alexandre Magno.
“As perspectivas climáticas para o trimestre (maio/julho) deste ano deverão ser de ocorrência de precipitações pluviométrias na categoria acima da média histórica”, prevê Magno ao constatar que a La Niña se estabeleceu, devendo, assim, evoluir para condições favoráveis no período chuvoso do setor leste do Nordeste, em particular para as regiões da Mata Norte e Sul do estado.
O meteorologista também confirma que houve precipitações acima da média no primeiro quadrimestre do ano. E com a La Niña agindo, o cenário deve seguir. A qualidade e quantidade da chuva, por sua vez, dependerão, ainda, da evolução atmosférica do Oceano Atlântico tropical. Até agora, isso têm se mantido no ano, com temperaturas bem acima da média. Com isso, induz o transporte de umidade do Atlântico para o continente, alimentando os sistemas convectivos na área, e assim, melhorando a regularidade e quantidade das precipitações em todo o setor leste do estado de Pernambuco.
O Boletim Climático da AFCP faz parte dos serviços técnicos especializados da entidade oferecidos a seus associados. É uma iniciativa da atual diretoria, sob a presidência de Alexandre Andrade Lima.