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Americanos querem conhecer a tecnologia

Parceira tecnológica de instituições como a Universidade de Caxias do Sul (UCS), no Rio Grande do Sul, onde firmou convênio de produção das enzimas para a indústria têxtil, e dividiu a patente para o processo do etanol de segunda geração, a Bioenzima vem trabalhando com a Sia, empresa de engenharia da Colômbia, da região de Cali, a fim de fornecer tecnologia a um grupo de investidores americanos na implantação de uma usina que usará o bagaço de cana-de-açúcar da região que gera 1000 toneladas de bagaço por dia, volume que rende 200 mil litros de etanol para a produção de etanol. Orçado em US$ 120 milhões, o projeto será instalado no Vale do Cauca.

Os americanos vão precisar de enzimas e das tecnologias de aplicação de fermentação que serão oferecidas pela gigante Du Pont – por sua subsidiária Genencor, da Suécia, e o Instituto de Energia Renovável dos Estados Unidos (IER), órgão do gover! no americano. “Vamos concorrer apresentando um processo fechado, fornecendo um pacote que pode resultar em US$ 20 mil dólares por dia, só em royalties”, diz Carlos Fernandes das Chagas. Ele também aproveita o momento em que o governo da Colômbia está incentivando a produção de biodiesel com a palma e o etanol da cana e do bagaço de cana e até da mandioca.” O processo pode ser desenvolvido pela Sia com a Bioenzima”, revela, adiantando outra negociação com a Associação dos Bananeiros da Colombia (Augura) para o fornecimento de enzimas que poderão gerar álcool a partir da sobra diária de 200 toneladas/dia de polpa e cascas de banana.

“Estados como Pernambuco e Alagoas poderiam ter um aumento de produção de pelo menos 50% com o uso de enzimas na produção de álcool”, sugere. Para Aldo Dillon, o uso das celulases vai tornar o uso do bagaço para o etanol ainda mais rentável do que para a produção de energia elétrica. “No Brasil, a energia é barata e a quantidade de biomassa dá para os dois fins: produzir álcool e gerar energia suficiente para abastecer as usinas”, afirma.