O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio registrou a geração líquida de 131.557 empregos formais na economia. Foi o quarto mês seguido de saldo positivo, após a forte queda do emprego registrada entre o final de 2008 e janeiro de 2009, segundo os números divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Nos cinco primeiros meses de 2009, houve a abertura de 180 mil postos de trabalho formais. É o melhor resultado desde setembro do ano passado, quando foram criados mais de 282 mil postos com carteira assinada. Com o saldo acumulado, o estoque de empregos da economia subiu 0,56% em relação a dezembro de 2008. Todos os setores da economia abriram mais postos de trabalho. O destaque ficou para a agricultura, onde foram abertas 44 mil vagas e o saldo positivo atingiu 52,9 mil vagas. No ano, já são 71,7 mil novos empregos no campo. A indústria manteve-se em último lugar, com 700 nov os postos em maio – segundo mês seguido de alta -, mas sensivelmente melhor que os 183 postos de abril.
“Foi a primeira vez que isso ocorreu (a criação de vagas em todos os setores) neste ano. É um indicativo muito positivo da recuperação da economia”, avaliou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. Contudo, o saldo ainda é bem inferior ao 797,5 mil postos formais de trabalho fechados entre novembro de 2008 e janeiro deste ano por conta da crise financeira internacional.
Em maio, todos os seis principais setores da atividade econômica registraram crescimento. O saldo dos novos empregos criados em maio é resultado de admissões que somaram 1.348.575 e demissões de 1.217.018. Apesar da elevação de empregos na indústria da transformação, o setor acumula perdas de 146,4 mil vagas formais entre janeiro e maio, na comparação com o período anterior à crise. A construção civil abril mais 17,4 mil vagas. No ano, já são 61 mil empregos formais. O comércio registrou sal do positivo de 14,6 mil empregos formais. No ano, o segmento ainda apresenta um déficit no nível de emprego de 50,5 mil postos de trabalho, em relação ao período anterior à crise. No setor de serviços foram abertas 44 mil vagas. Com esse resultado, a área mantém uma evolução de empregos com carteira assinada no ano de 212,5 mil. Na administração pública também houve mais admissões do que demissões. O saldo foi de cinco mil empregos. No ano, o resultado é de 28,8 mil vagas.
São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, além do Paraná e da Bahia, apresentaram os melhores resultados líquidos de empregos formais. O destaque de geração de postos de trabalho com carteira assinada na agricultura foi devido ao bom desempenho de estados onde há vários ciclos agrícolas em desenvolvimento desde abril. O cultivo do café, por exemplo, foi responsável pela contratação de muita mão-de-obra em São Paulo, Minas Gerais e Bahia. O ciclo da cana de açúcar ajudou também a deslanchar novas contrat ações em São Paulo. Em razão do comportamento sazonal da agricultura, o Caged registrou em maio a abertura de mais vagas de trabalho formal nas cidades do interior do País do que nas regiões metropolitanas. No interior, houve saldo líquido positivo de 79,2 mil empregos formais contra 34,2 mil postos no conjunto das regiões metropolitanas.
JUNHO. Segundo o ministro do Trabalho, junho deverá registrar saldo positivo ainda maior do que o de maio. Segundo ele, os setores de serviços e construção civil deverão continuar o ritmo forte de novas contratações. Lupi também aposta que a indústria de transformação continuará registrando saldo positivo na geração de empregos formais. “O meu otimismo tem alguma base real”, afirmou Lupi, fornecendo dados do seguro-desemprego para justificar a crença na tendência de criação de novas vagas. Em maio de 2009 foram solicitados 536,1 mil pedidos do benefício, contra 566,6 mil registrados no mesmo mês do ano passado. Na avaliação do ministro, a recuperação do mercado de trabalho indica que será possível abrir até 400 mil novas vagas formais no país. “Eu acredito que será possível criar entre 350 mil a 400 mil no primeiro semestre”, afirmou.