A Areva Koblitz, subsidiária do grupo francês Areva, está ampliando seus negócios em energias renováveis no Brasil, país que mais utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como insumo para a produção de energia. Ontem no Recife, o diretor mundial de Energias Renováveis da Areva, Anil Srivastava, e a Rio Formoso Energia (Sociedade de Propósito Específico – SPE), que reúne o Grupo EQM, de Pernambuco, e a GPI Participações e Investimentos S.A., de São Paulo, assinaram um memorando para a construção de uma central de cogeração de energia elétrica na Usina Cucaú, em Rio Formoso. Pelo acordo, a capacidade instalada da atual unidade de energia do bagaço de cana da Cucaú passará de 12 MW para 33 MW, o suficiente para atender as casas de 52 mil famílias e produzir 95.000 MWh por ano.
A unidade da Cucaú abastece a usina e o excedente de 2,2 MW é vendido ao mercado livre por R$ 150, o MWh. Os novos volumes poderão ser contratados ou ofertados ao mercado. A decisão sairá em 60 dias e, segundo o presidente da GPI Participações, Pedro Paulo Leoni Ramos, ajudará a atrair os investidores para o negócio, orçado em R$ 75 milhões, sendo R$ 52 milhões para a construção pela Areva Koblitz. A estratégia da GPI é lançar no mercado papéis da SPE, que oferecerão rendimentos aos seus compradores superiores aos emitidos pelo governo federal. “Hoje um título do governo paga IGPM mais 5,5% ao ano. Vamos pagar o IGPM mais 9%”, explica Ramos.
Anil Srivastava adiantou que a Areva Koblitz quer implantar unidades de energia solar no Brasil, com capacidade instalada variando entre 50 MW e 500 MW. As unidade serão independentes ou acopladas às usinas do Nordeste, aproveitando a ociosidade da entressafra. O grupo também pretende entrar na concorrência do Consórcio Recife Energia para produzir energia a partir do lixo urbano.