A Dedini, maior fornecedora de máquinas do setor sucroalcooleiro, planeja abrir sua sétima unidade industrial no Brasil próximo ao Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco, na qual vai produzir máquinas e equipamentos para as indústrias química e petroquímica, com foco nas exportações.
“A diversificação é parte do planejamento estratégico, pois a empresa já passou por outro revés no setor sucroalcooleiro quando do pró-álcool”, explicou o presidente da Dedini, Sergio Leme, lembrando que os setores que devem ganhar espaço agora são petróleo e gás, energia e meio ambiente, em especial tratamento de efluentes e água. O objetivo é reduzir para 40% a exposição ao setor sucroalcooleiro. Este já chegou a ser responsável por 85% do faturamento da empresa, e m 2003, atualmente responde por 45% da receita.
Segundo o executivo, a companhia já tem o terreno para a nova unidade industrial que irá se somar aos seis parques da empresa, três deles em Piracicaba (São Paulo), um em Sertãozinho (São Paulo) e outros dois em Guararapes (Pernambuco) e em Maceió (Alagoas). As obras devem começar ainda este ano.
crise. Entretanto, apesar da expectativa em torno da nova unidade, a Dedini reduziu em 25% seus investimentos do ano passado para 2009, a R$ 60 milhões. O setor foi um dos que mais sentiu os efeitos da crise mundial pelo alto índice de endividamento, o que levou a empresa a prever queda de 20% no faturamento neste ano, sobre os R$ 2,2 bilhões de 2008.
De acordo com Leme, do total de investimentos em 2009, entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões servirão para o aumento da produção de aços especiais na fábrica de Piracicaba, em São Paulo, de 30 mil toneladas por ano para 50 mil toneladas anuais. Essa ampliação visa, sobretudo, at ender ao setor hidrelétrico. O restante do investimento será destinado para Tecnologia da Informação e Pesquisa e Desenvolvimento.
Na opinião do presidente da Dedini, a empresa deve voltar a crescer no ano que vem, mas em 2009 continuará administrando as conseqüências da postergação no número de encomendas em função da escassez de crédito. A carteira de pedidos caiu de R$ 1,8 bilhão para R$ 1,1 bilhão. “De oito a dez projetos foram postergados, sem nova data”, disse. Para Leme, a Dedini pode voltar à carteira de encomendas de R$ 1,8 bilhão entre 2011 a 2012. “Agora estamos tentando sobreviver à crise”.
reestruturação. Sérgio Leme disse que espera definir este ano como se dará o processo de capitalização da empresa, se por meio da entrada de um ou mais sócios ou via aporte do BNDESPar; braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Segundo ele, um dos objetivos dessa reestruturação financeira é o de intensificar o processo de internacionalização da companhia. Hoje, de capital fechado, a Dedini é integralmente da família Ometto.
Na semana passada, a empresa inaugurou mais uma usina de etanol no exterior: no Sudão, elevando para mais de 30 as destilarias no exterior. “Existem outras experiências encaminhadas na própria África, na Índia e na Indonésia. O plano é buscar a internacionalização no fornecimento e negócios em países com potencial grande para o biocombustível”, afirmou. Leme também citou a China com potencial para parceria na produção de equipamentos.
O executivo afirmou que a Dedini planeja ter fábrica no exterior dentro de cinco anos, embora ainda não tenha definido a localização. Por ora, a meta da companhia é elevar as exportações a partir do Brasil de 10% a 15% do faturamento para 25% dentro de três anos a cinco anos.