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Escassez de crédito inibe investimentos em energia

Os investimentos em energia sustentável em 2008 registraram um aumento muito pequeno, atingindo a marca de US$ 155 bilhões. As razões apontadas por um relatório do Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (ONU) foram a contração dos gastos na segunda metade do ano em razão da crise econômica, a escassez de crédito para financiar os projetos e a queda nos mercados de ações.

A Europa liderou os investimentos chamados “verdes” em 2008, com US$ 49,7 bilhões, seguido pela América do Norte. Mas China, Brazil e Índia estão no páreo, já que os novos investimentos aumentaram num ritmo maior em países em desenvolvimento do que no mundo desenvolvido, de acordo com o relatório Tendência Global para Investimentos em Energia Sustentável 2009.

“Sem dúvida, a crise econômica teve seu papel no investimento em energia limpa quando se contrapôs ao crescimento recorde dos últimos anos”, disse Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do programa de meio ambiente da instituição.

“Porém, surgiram alguns pontos positivos em 2008, especialmente em economias em desenvolvimento”, disse Steiner.

Em 2008, a China tornou-se a segunda maior do mundo no mercado de energia eólica em termos de nova capacidade de geração e a principal fabricante de células fotovoltaicas, ajudando a aumentar os investimentos verdes em 18% no ano, para US$ 15,6 bilhões.

No Brasil, o setor de etanol de cana ajudou a elevar em 76% os investimentos em energia sustentável em 2008.

No mundo todo, a energia dos ventos foi a que mais recebeu investimentos – US$ 51,8 bilhões – seguida pela energia solar e biocombustíveis.

De forma geral, em 2008 mais dinheiro foi investido na capacidade de geração de eletricidade por meios renováveis ou hidrelétricos do que em usinas abastecidas por carvão, gás ou energia atômica.

“Esta é uma década na qual a troca está acontecendo e as evidências mostram isso”, disse Michael Eckhart, presidente do Conselho Americano de Energia Renovável.

Embora os resultados fracos da segunda metade de 2008 tenham se mantido em 2009, há alguns sinais de recuperação no segundo trimestre deste ano, embora o setor tenha um longo caminho a trilhar para chegar aos picos do final de 2007, diz o documento.

Neste trimestre, houve mais de US$ 3 bilhões em ofertas de ações de empresas de energia eólica e solar. O índice WilderHill New Energy Global Innovation, que acompanha 88 empresas de energia limpa em todo o mundo, está cerca de 70% acima na comparação com março, disse Michael Liebreich, presidente e executivo-chefe da New Energy Finance e um dos autores do relatório.

“Estimamos que os investimentos neste ano fiquem entre US$ 95 bilhões e US$ 115 bilhões”, disse ele. As informações são da Dow Jones.

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