O presidente Lula chegou ontem a Pequim acompanhado de 240 empresários para uma visita de três dias à China, onde pretende reforçar as relações comerciais bilaterais e promover o que denomina de “nova ordem econômica”.
Lula encontrou-se com o primeiro-ministro chinês, Hu Jintao, e outros líderes chineses e para promover a venda de petróleo e de aviões da Embraer, bem como as exportações de carne e tecnologia ligada aos biocombustíveis para automóveis, citaram responsáveis brasileiros. Os dois presidentes também abordariam uma proposta brasileira para a realização de trocas comerciais através da moeda de cada país, deixando o dólar norte-americano de funcionar como intermediário.
A visita de Lula à China surge depois da visita à Arábia Saudita e antes de uma deslocação à Turquia e vai salientar a cooperação num momento em que os analistas atribuem um papel crescente aos países emergen tes na luta contra a crise financeira mundial. “A viagem que estou prestes a realizar é uma das mais importantes e vou defender uma nova ordem econômica e uma nova política comercial mundial”, disse o presidente antes de deixar o Brasil.
O presidente considerou que a parceria estratégica estabelecida com a China em 1993 “pode conduzir a uma nova paisagem global no campo econômico, científico e comercial no século 21”. A China – onde a falta de recursos energéticos aumenta o interesse nos recursos naturais do Brasil – é desde março o maior parceiro do País em termos comerciais tendo ultrapassado os Estados Unidos. As exportações brasileiras para a China aumentaram 65% nos primeiros meses de 2009, passando de US$ 3,4 bilhões em 2008 para US$ 5,6 bilhões.
Durante a visita presidencial, a Petrobras deverá conquistar a exploração de petróleo em águas profundas chinesas, disse o ministro do Comércio e Indústria brasileiro, Miguel Jorge. Lula deixa a China amanhã rumo à Turqu ia, após cerimônia presidida por Hu Jintao, durante a qual serão assinados vários protocolos de cooperação. O Brasil é o principal parceiro comercial chinês no contexto dos países de língua portuguesa e o único, com Angola, a evidenciar uma balança comercial positiva com Pequim.