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Produtores de cana temem calote de usina

Cerca de 200 produtores de cana e arrendatários de terrenos de 12 municípios do Norte do Espírito Santo, Noroeste de de Minas Gerais e Sul da Bahia reclamam do atraso no pagamento pela cana fornecida a usinas sucroalcooleiras e também pelo arrendamento dos terrenos. Eles reivindicam o pagamento de quatro parcelas vencidas referentes à colheita da safra de 2008.

As usinas que devem são a Alcana, localizada em Nanuque (Minas Gerais), Cridasa, que fica em Cristal do Norte, em Pedro Canário, e a Disa, localizada em Conceição da Barra. As três usinas pertentem ao grupo multinacional Infinity Bio-Energy.

O presidente da Infinity, Sérgio Thompson-Flores, disse que o atraso no pagamento é decorrência das dificuldades enfrentadas pelo setor, agravadas pela crise mundial e pelo baixo p reço do álcool. Segundo ele, a empresa trabalha um plano de recapitalização, com a captação de recursos.

Os fornecedores e arrendatários, por meio de uma comissão que os representa, pediram o apoio da Federação da Agricultura no Espírito Santo (Faes). A direção da entidade prometeu levar a questão para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), na tentativa de solucionar o impasse.

Segundo José Magno de Carvalho, de Nanuque, os produtores não conseguem honrar os compromissos assumidos com as instituições bancárias. Além da inadimplência, eles estão arcando com os juros que cobrados pelos bancos.

Com a captação de recursos, explicou Flores, a empresa vai negociar com os fornecedores novos prazos para o pagamento da dívida. Na próxima semana, diretores da Infinity chegarão ao Espírito Santo e Minas Gerais para conversar com os fornecedores. O presidente disse que a empresa quer acertar o saldo da safra passada para que não haja interrupção dos contratos de forne cimento da cana deste ano. Na Alcana, inclusive, o corte já foi iniciado. Na Disa, o corte começa nos próximos dias e na Cridasa, o início do corte está previsto para o começo de junho.