O nível de emprego da indústria paulista pode finalmente atingir a estabilidade no mês de maio, depois de sete meses consecutivos em que as demissões superaram as contratações de trabalhadores no cálculo com ajuste sazonal. A projeção é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, que torce para que o mês de maio não registre demissões residuais, ainda relacionadas à crise financeira internacional. “Para voltar a subir, quem está em queda precisa parar de cair e chegar à estabilidade. Achamos que o pior momento para o emprego na indústria paulista já passou”, disse Francini.
Ele citou a pesquisa Sensor, que mede a confiança dos empresários e na qual o item emprego atingiu 52,3 pontos na primeira quinzena de maio, acima dos 51,2 pontos da segunda quinzena de abril e do nível de equilíbrio d! e 50 pontos, o que indica que pode haver contratações ao longo deste mês.
Dados da Fiesp indicam que o saldo positivo de postos de trabalho em abril foi de 19 mil contratações. O resultado positivo está totalmente relacionado à admissão de 28.207 trabalhadores pelas usinas de açúcar e álcool, uma vez que os demais setores que compõem a pesquisa da entidade demitiram 9.207 empregados no mês. Em abril, o nível de emprego da indústria sucroalcooleira subiu 19,8% ante março. Já nos demais setores o emprego recuou 0,4%, menos que os resultados de março (-0,9%), fevereiro (-1,9%) e janeiro (-1,2%).
Na avaliação de Francini, é possível observar uma tendência de diminuição no ritmo de demissões. “Em março, vimos uma atenuação no ritmo de perda do emprego que se confirmou em abril. Estamos em uma rota de redução desse ritmo. Não nos surpreenderíamos se em maio chegarmos à estabilidade”, disse.
O resultado do emprego! em abril na comparação com março – alta de 0,80% sem ajuste sazonal e queda de 1,09% com ajuste – foi o pior para o mês desde o início da série disponibilizada pela Fiesp, em 2006. A série demonstra que no mês, tradicionalmente, há aumento de contratações. Em abril de 2008, o nível de emprego cresceu 2,3% – 24,6% na indústria sucroalcooleira e 1% nos demais setores. Em abril de 2007, a alta também foi de 2,3% – 24,1% nas usinas de açúcar e álcool e 1% nos demais setores.
No mês passado, dos 22 segmentos industriais que compõem a pesquisa, 17 demitiram e apenas cinco contrataram. O recordista do mês foi o gênero produtos alimentícios, que contratou 37.010 funcionários, seguido pelo segmento fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 781 contratações. Os outros três – bebidas (162 trabalhadores), vestuário (372) e produtos diversos (236) – tiveram resultados “pouco expressivos”, definiu Francini.